Economia

Volume de serviços recua 1,7% em Minas Gerais

Retração verificada em janeiro está atrelada ao desempenho de setores específicos, como serviços administrativos e transporte rodoviário de cargas, segundo levantamento
Volume de serviços recua 1,7% em Minas Gerais
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Após crescimento em dezembro, o setor de serviços em Minas Gerais voltou a recuar em janeiro, com queda de 1,7%. A retração, atrelada ao desempenho de setores específicos, como serviços administrativos e transporte rodoviário de cargas coloca o Estado como a segunda maior influência negativa do Brasil, que recuou 0,2%.

Apesar da queda no mês, na comparação com janeiro de 2024, o setor registrou expansão de 0,9%, enquanto no acumulado do ano passado, o volume de serviços expandiu 1,7%. Os dados constam na Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O analista do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Daniel Dutra, destaca que o recuo ocorreu após uma alta de quase 1%, e, apesar de relativamente comum, não deixa de ser expressivo. Dentre os maiores impactos negativos estão as atividades do transporte rodoviário de cargas, que segundo ele, ocorre provavelmente por razões sazonais, como o escoamento da produção agropecuária.

Nos últimos 12 meses, o analista reforça que o setor de serviços avançou, porém de forma tímida: 1,3%, enquanto no Brasil a alta foi de 2,1%. No período, foram registrados sete avanços e cinco recuos nos indicadores mensais. “Após um novo recuo em janeiro, o setor se afastou do maior patamar da série histórica em que se aproximava com a alta de 0,9% na divulgação anterior”, pontua Dutra.

Serviços prestados às famílias seguem em crescimento em Minas Gerais

Em janeiro, a pesquisa apontou que três das cinco atividades investigadas apresentaram variações positivas na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para Serviços de informação e comunicação (3,4%). Já no acumulado anual, as maiores variações foram observadas em serviços prestados às famílias (7,5%) e serviços de informação e comunicação (7,4%).

Em relação ao setor de turismo – analisado à parte demais atividades, Minas Gerais obteve resultado inverso ao registrado no Brasil. Na comparação com janeiro de 2024, o setor no Estado recuou 1,9%, enquanto no Brasil apresentou avanço de 3,5%.

A economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gabriela Martins, ressalta que os avanços observados no segmento de serviços prestados às famílias podem ser explicados em grande parte pelo aumento da movimentação em restaurantes, o maior volume de eventos, além das intermediações de negócios por meio de aplicativos ou e-commerce. Já nos serviços de informação e comunicação, os avanços, segundo ela, podem ser explicados principalmente pelo aumento da receita dos serviços de informação na internet.

Com a receita nominal dos serviços em Minas Gerais, a economista frisa que na comparação com janeiro do ano passado, observa-se um aumento significativo de 5,8%, mesmo com uma leve queda no volume de serviços. Entretanto, com relação a dezembro, a receita nominal recuou 0,2%. “Esse resultado pode ser fruto de efeitos inflacionários. Estamos com uma taxa de inflação de 5,06% ao ano, o que impacta diretamente no aumento dos preços dos serviços e, consequentemente, afeta também a receita nominal das empresas”, finaliza.

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