Vendas do varejo no Estado têm queda de 0,9% em setembro

O volume de vendas do comércio varejista em Minas Gerais recuou 0,9% na passagem de agosto para setembro de 2022 na série com ajuste sazonal. O desempenho foi abaixo da média nacional, uma vez que no Brasil houve avanço de 1,1% no período.
No acumulado de janeiro a setembro de 2022, o Estado apresenta avanço de 6,7%. Na comparação com setembro de 2021, houve alta de 3,2% nas vendas. Os dados são com ajuste sazonal e fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de Minas Gerais (IBGE).
Na avaliação da economista da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gabriela Martins, observando o comércio varejista ampliado na PMC , o segmento que apresentou o pior desempenho no acumulado do ano foi o de eletrodomésticos (-17,4%). “Em sequência, destacam-se, de maneira negativa, os segmentos de móveis e eletrodomésticos (-15,8%); equipamentos e materiais para escritório (-9,0%) e material para construção (-8,4%). Em contrapartida, o segmento “livros, jornais, revistas e papelaria”’ apresentou um crescimento de 28,3% no volume de vendas acumuladas no ano”, explicou.
Segundo a economista, a retração nos determinados setores pode ser justificada principalmente pela desaceleração da demanda por determinados produtos do comércio. “Além disso, o aumento dos juros e o encarecimento do crédito também podem afetar, em certa medida, o desempenho das vendas”, acrescentou. Mas mesmo com a retração no volume de vendas do comércio varejista apresentada na comparação de setembro com o mês anterior, “o comércio mineiro continua com um saldo de crescimento no acumulado em 12 meses (0,4%) e, no acumulado do ano, (1,7%), demonstrando que o setor está se recuperando do período da pandemia”, ainda segundo a economista da Fecomércio.
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Varejo ampliado
Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, no comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas, em setembro, cresceu 1,5%, frente a agosto, e 1,0% contra setembro de 2021. “Desde maio, o comércio não apresentava crescimento, ficando na estabilidade ou no campo negativo. Esse mês também registrou o ponto mais alto, desde a passagem de fevereiro para março, quando foi de 1,4%. Esse ano, a série está exibindo uma volatilidade menor do que nos anos anteriores e estamos começando a ver um comportamento mais parecido ao que era antes da pandemia, sem muita amplitude na margem”, avalia o gerente da PMC, Cristiano Santos.
No resultado de setembro contra agosto, seis das oito atividades pesquisadas estavam no campo positivo: livros, jornais, revistas e papelaria (2,5%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,7%); combustíveis e lubrificantes (1,3%); hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,2%); tecidos, vestuário e calçados (0,7%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria (0,6%).
Apenas duas atividades apresentaram queda em volume: móveis e eletrodomésticos (-0,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%). Outras duas atividades tiveram estabilidade na comparação de setembro com agosto: veículo e motos, partes e peças com -0,1% e material de construção, com 0,0%. “Duas atividades puxaram o aumento na margem: hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que têm o maior peso e fazem o papel de ancoragem no resultado, e, em segundo lugar, combustíveis e lubrificantes. Elas também tiveram influência no varejo ampliado, uma vez que suas duas atividades complementares se mantiveram estáveis”, explica o gerente.
Santos destaca ainda que a atividade de combustíveis e lubrificantes está sendo influenciada pela queda nos preços, o que fez com que tivesse crescimento em volume. “Esse é um cenário que persiste nos últimos três meses, com queda na receita nominal de 4,4% em julho; 3,8% em agosto e 6,2% agora em setembro. Mas o crescimento em volume vem diminuindo, tinha sido de 12,6% em julho, 3,8% em agosto e agora de 1,3%”, elencou.
Ainda de acordo com ele, já o setor de hiper e supermercados, que perdeu fôlego nos últimos meses, voltou a crescer após três meses sem registrar avanço.
Patamar pré-pandemia
O resultado de setembro situa-se 3,6% abaixo do nível recorde de outubro de 2020 e 2,8% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). Já o varejo ampliado encontra-se 1,5% abaixo de fevereiro de 2020. “Em termos setoriais, poucas atividades estão acima do patamar pré-pandemia. Contando com o varejo ampliado, das dez atividades, apenas quatro estão acima do patamar pré-pandemia: artigos farmacêuticos (20,8%), Combustíveis e lubrificantes (18,7%), hiper e supermercados (3,8%) e material de construção (2,0%)”, complementa Santos.
A PMC divulgada também mostra que, na comparação com setembro de 2021, o comércio varejista cresceu 3,2%, ou seja, o segundo mês consecutivo de alta.
“Em agosto, o crescimento tinha sido de 1,6%, vindo após alguns meses de queda, que refletiam o crescimento bastante forte no primeiro semestre de 2021. No ano passado, o primeiro semestre foi de crescimento e o segundo de queda, que se refletiram, em 2022, em quedas até julho e, agora, crescimento”, diz Santos.
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