Volume de vendas no setor varejista de Minas Gerais recua 2,5% em setembro
O setor varejista de Minas Gerais registrou, em setembro deste ano, queda de 2,5% no volume de vendas tanto na variação mensal quanto na anual. De acordo com dados do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, os resultados representam uma desaceleração frente ao observado no mês anterior, quando as vendas no varejo tiveram alta de 1,5% na comparação mensal, e 3,8% na anual.
Além disso, o desempenho do varejo mineiro também está abaixo do registrado na média nacional, que apresentou queda de 2,4% no mês passado e 1,9% no acumulado de 2024.
O pesquisador e cientista de dados responsável pelo Índice Stone, Matheus Calvelli, destaca que a economia brasileira ainda apresenta taxas de inadimplência razoavelmente elevadas e mais resilientes nos últimos meses.
“Assim, com a alta da Selic, o serviço da dívida se torna mais custoso, reduzindo o consumo e potencialmente explicando a retração registrada no índice”, explica.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
No entanto, ele ressalta que o quarto trimestre do ano possui algumas datas sazonais que são consideradas mais importantes para o comércio, como o Natal e a Black Friday, o que aumenta as expectativas no setor.
“Dito isso, caso o cenário de desaceleração que registramos neste mês persista, é importante que o comerciante fique atento e, potencialmente, reveja seu planejamento para o final do ano”, completa.
Além disso, Calvelli aponta que o atual cenário econômico no Brasil está pautado pela relação antagônica entre baixa taxa de desemprego, alta da massa salarial e do Produto Interno Bruto (PIB) frente a uma inadimplência ainda elevada.
“Isso, consequentemente, acaba fazendo com que o consumo seja reduzido, afetando ambos os setores de comércio e serviços. Assim, a expectativa é de que o consumo siga pressionado e o varejo viva certo nível de incerteza durante este terceiro trimestre”, avalia.
Destaques do setor varejista
O estudo realizado pela Stone apresenta dados mensais das movimentações varejistas. Dentre os segmentos analisados pela pesquisa, oito apresentaram variação mensal negativa.
O destaque fica para os setores de móveis e eletrodomésticos; livros, jornais, revistas e papelaria (-3,5%); tecidos, vestuário e calçados (-3%); e de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,8%).
Já no recorte regional, apenas quatro estados brasileiros apresentaram resultados positivos no comparativo nacional. São eles:
- Roraima (5%);
- Amazonas (3,6%);
- Maranhão (1,8%);
- Goiás (0,6%).
Por outro lado, Ceará (-10%); Mato Grosso do Sul (-7,6%); Rondônia (-6,4%), Tocantins e Santa Catarina, ambos com recuo de 5,8%, foram os estados com as quedas mais acentuadas no período.
Ouça a rádio de Minas
