WTorre investirá R$ 320 milhões para instalação de galpões logísticos em Betim

Visando o mercado de logística e galpões de alto padrão, a WTorre, empresa paulista de projetos personalizados, investirá R$ 320 milhões em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para a construção de um galpão logístico de alto padrão que deverá ficar pronto em meados de 2026.
A cidade da região metropolitana se tornou atrativa em função dos incentivos fiscais do Estado e da localização. “Estaremos a um raio de 20 quilômetros de distância de Belo Horizonte, com bom acesso à região metropolitana, ao Anel Rodoviário e à rodovia Fernão Dias (BR-381). Ali conseguiremos atender praticamente todas as necessidades dos clientes do ponto de vista operacional e logístico”, explicou o diretor comercial, desenvolvimento & leasing da WTorre, Abiner Albuquerque.
Minas Gerais está no monitoramento da empresa há algum tempo, visto que o setor tem crescido exponencialmente em todo o País nos últimos 10 anos. Dados da SiiLA, empresa de inteligência de mercado imobiliário comercial, mostram que, em área locada, o crescimento no País foi de 455%, passando de 4,7 milhões de metros quadrados (m²) em 2014 para 26,1 milhões este ano. Já em número de edifícios, a alta foi ainda maior, de 561%, saltando de 70 para 463 no mesmo período.
Nos últimos anos, o Estado superou o Rio de Janeiro e já ocupa o segundo posto no mercado de galpões do País, conforme informa Albuquerque. São 3,2 milhões de m² de área construída, perdendo apenas para São Paulo que ocupa a primeira posição com 14 milhões de m². Ao todo no Estado são 89 empreendimentos construídos e 13 em construção, a um preço médio de R$ 26 por metro quadrado.
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Dados regionais da SiiLA mostram ainda que, em Minas Gerais, o mercado de galpões logísticos teve uma absorção bruta de 135 mil m² no primeiro semestre deste ano e possui uma taxa de ocupação de 91,4%, quando o considerado dentro do esperado é de 85%. Em todo o Estado, já são mais de 200 mil m² de galpões de padrão elevado, também chamado de padrão Classe A.
“De um ano e meio para cá, Minas tem se desenvolvido muito, como a região da cidade Extrema, no Sul de Minas, em função dos incentivos locais. Mas, independente disso, a gente tem um olhar muito mais voltado para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, pelo poder de consumo, pelos números que o próprio mercado trás e a gente quer ter uma boa posição nos principais mercados. Não tem como não ter uma posição de forma mais protagonista na região de BH”, aponta.
Na WTorre, os setores que compõem a maioria dos clientes são as empresas de e-commerce (55%), as operações logísticas (28%) e o setor automotivo (13%).
Pujança do mercado torna Fundos Imobiliários atraentes para investimentos
É nesse cenário de crescimento que os fundos imobiliários focados em galpões logísticos têm se destacado como uma opção de investimento atraente para investidores em busca de rentabilidade.
De acordo com Albuquerque, alguns fundos de galpões logísticos registram retornos em torno de 10% ao ano, consolidando-se como uma alternativa interessante para investidores que buscam diversificação em suas carteiras.
Além disso, a valorização dos imóveis logísticos, devido à escassez de terrenos disponíveis e ao aumento da demanda, tem contribuído para a valorização do capital investido. A possibilidade de cobrança de aluguéis em um cenário de inflação controlada e a demanda robusta por espaço logístico tornam este um investimento ainda mais atrativo.
De acordo com o diretor comercial da WTorre, a vacância dos galpões hoje no Brasil é controlada em todos os estados. Porém, o maior desafio é continuar conseguindo terrenos para a construção dos galpões.
O limite de vacância é 15%, quando ele supera essa barreira, o preço fica pressionado. No Brasil, não há nenhum mercado acima de 15%, de acordo com Albuquerque. Em Minas, o índice de vacância é 8,6%. “Então, o problema hoje não é a demanda, o problema é a gente conseguir os terrenos que viabilizam a construção de galpões”.
E apesar da topografia menos favorável de Minas Gerais, o Estado continuará na mira de projetos futuros da empresa. “Esse mercado cresceu no Brasil 400% em menos de 10 anos. É um crescimento exponencial comparado a outras economias como a do México, que é similar. Estamos bem atrás e acredito num ciclo de expansão de pelo menos mais três a quatro anos. Em Minas, estão previstos três projetos no total”, finaliza.
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