XP reduz estimativa de valor de refinarias

Rio – Analistas da XP reduziram em US$ 5,7 bilhões a estimativa de preço máximo para a venda de seis refinarias da Petrobras, ao revisarem seus cálculos depois que a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, foi vendida por valor abaixo das expectativas do mercado.
No novo cálculo, que considera alguns riscos relacionados a preços de combustíveis para os futuros donos das refinarias, a XP estima que as refinarias Rnest, Repar, Refap, Regap, Reman e Lubnor têm valor entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4,8 bilhões, ante previsão anterior de US$ 7,9 bilhões a US$ 10,5 bilhões, apontou relatório publicado ontem.
Esses valores não incluem a Rlam, que é considerado o principal e mais valioso ativo à venda, além da SIX (unidade de industrialização de xisto, no Paraná).
Os fatores que pesaram na revisão, segundo a corretora, foram risco de se investir em países emergentes, riscos relacionados à liberdade para praticar preços de combustíveis noPpaís e o tempo em operação das refinarias da Petrobras, cinco delas construídas entre 1957 e 1977.
Segundo a XP, investidores podem atribuir um prêmio de risco mais alto considerando que a manutenção de preços domésticos de combustíveis alinhados a valores internacionais é um fenômeno muito recente no Brasil, iniciado em 2016.
“Nossos leitores certamente vão se recordar que a prática de uma política de preços alinhada com referências internacionais de preços de petróleo e câmbio não ocorreu sem seus percalços, conforme observado tanto na Greve dos Caminhoneiros de maio de 2018, como nos eventos recentes de fevereiro de 2021 que culminaram na substituição do Sr. Roberto Castello Branco como CEO da Petrobras”, disse a XP.
A partir das novas premissas, a XP estimou também valores entre US$ 1,58 bilhão e US$ 2,13 bilhões para a Rlam (mais antiga refinaria da Petrobras, inaugurada em 1950) – o valor final da operação de venda da Petrobras para o Mubadala foi de US$ 1,65 bilhão.
Na previsão anterior, a XP via o preço da Rlam variando entre US$ 3,6 bilhões e US$ 4,7 bilhões. (Reuters)
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