Com um ano de atraso, Zema e Marília Campos entregam bacia de contenção de enchentes em Contagem

Após um ano de atraso, as obras da bacia B3, na antiga Vila PTO, no bairro Água Branca, em Contagem, foram entregues pelo governo de Minas Gerais e pela prefeitura de Contagem nesta segunda-feira (18). A bacia faz parte das obras de contenção de enchentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), como forma de evitar inundações na avenida Tereza Cristina, por exemplo, que aconteceram em anos anteriores no período chuvoso.
Participaram da entrega o governador Romeu Zema (Novo), o vice, Mateus Simões (Novo), e a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT).
Com o objetivo de contribuir para a redução dos alagamentos da região, a B3 tem capacidade para reter aproximadamente 103 milhões de litros de água, o equivalente a mais de 40 piscinas olímpicas, e faz parte de uma série de medidas que visam conter os impactos das chuvas nas cidades de Belo Horizonte e Contagem.
“Essa obra vai amenizar problemas de décadas e faz parte de uma série de obras que visam amenizar as enchentes do Ribeirão Arrudas e seus afluentes”, disse o governador Romeu Zema.
Já Marília Campos acabou não atendendo à imprensa após “abandonar” a cerimônia por causa de um desconforto com o cerimonial do governo de Minas. Segundo a assessoria da Prefeitura de Contagem, a equipe do governador queria gravar um vídeo dele com representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Brumadinho (Avabrum), durante a vistoria das obras, e pediu que a prefeita se retirasse. Além dela, secretários da prefeitura que estavam presentes também deixaram o local.
A assessoria do governo de Minas foi procurada pela reportagem para dar sua versão do ocorrido, mas ainda não se posicionou.
Outras obras de contenção
Para as obras dessa bacia, foi investido o total de R$ 28,2 milhões, sendo R$ 21,2 milhões provenientes do Termo de Reparação da mineradora Vale, por consequência do rompimento da barragem de Brumadinho, repassados pelo Estado, e R$ 7 milhões de investimentos do próprio município de Contagem.
Para todo o complexo de bacias, a soma de investimentos chega a R$ 114 milhões, sendo R$ 107 milhões repassados pelo governo de Minas. Além da B3, estão em construção a B4, que fica na antiga Vila Itaú, e a B5, que fica na Vila Sport Club, em Belo Horizonte, e tem previsão de ser concluída no primeiro semestre do ano que vem.
A B2, na avenida Rio Volga, no bairro Riacho das Pedras, foi entregue em 2023 e também pertence ao complexo. Outra barragem, atrás da antiga fábrica da Toshiba, em Contagem, deverá ser a última entregue, prevista para setembro de 2026.
O chefe da Defesa Civil, coronel Paulo Resende, explicou que o conjunto de obras é um sistema de segurança que integra três bacias, sendo elas as do Riacho das Pedras, da Bacia Ferrugem e do Arrudas, que beneficiarão cerca de 250 mil pessoas. “É um impacto relevante não só para aqueles que habitam a região, mas também para aqueles que transitam por aqui”, afirmou.
‘Retirada de famílias atrasou entregas’, diz Mateus Simões
Segundo o vice-governador, Mateus Simões, tanto as obras da B3 quanto as da B4 sofreram atrasos que não possuem ligação direta com os trabalhos de execução. “Foram os assentamentos e a retirada das famílias para outras áreas que atrasaram as entregas”, afirmou o vice-governador.
Ainda de acordo com Simões, o trabalho de reassentamento das famílias é feito pelas prefeituras envolvidas, e o governo do Estado “entende que as prefeituras tenham passado por alguma dificuldade nesses processos para que eles aconteçam de forma mais natural”.
“A B3 foi entregue agora, e a previsão era no final do ano passado. Já a B4 teve a previsão [de conclusão] adiada para 2026 em virtude dos reassentamentos, porque precisamos ter certeza de que estas famílias não estejam lá para não correrem mais riscos”, completou o vice-governador.
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