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Aperam produz usando apenas biomassa

Aperam mantém florestas que produzem carvão vegetal | Crédito: Divulgação

Criada em 2011, como resultado do desmembramento do setor inox da ArcelorMittal, a Aperam surgiu como um player global em aços inoxidáveis, especiais elétricos e ligas de níquel com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de aços planos inoxidáveis. Só pelos primeiros números é possível imaginar o impacto dos lançamentos de CO2 dessa indústria.

De acordo com o presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, a operação em Timóteo, no Vale do Aço, se destaca pela capacidade única, no caso do Brasil, de produzir inoxidáveis e especiais, usando apenas biomassa (carvão vegetal) de forma competitiva. Por meio da subsidiária Aperam BioEnergia, instalada no Vale do Jequitinhonha, a empresa mantém florestas de eucalipto que produzem carvão vegetal, eliminando a utilização do carvão mineral (coque).

“Isso faz com que sejamos o produtor de inoxidável mais sustentável, utilizando a fusão de sucatas e o carvão vegetal como combustível. Agora a gente não fala mais de custo, falamos em competitividade. O que vai financiar todo esse processo é a vontade do consumidor. Ele já começa a pensar se prefere comprar um produto fabricado com o aço verde brasileiro ou com o aço chinês. O que atrapalha é o chamado custo Brasil na hora de fazer o investimento, de ser competitivo”, afirma Lima.

Agora a gente fala em competitividade, garante Lima | Crédito: Divulgação

E assim também caminha a CNH Industrial. Segundo o gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da CNH Industrial para América do Sul, Fábio Belasco, as plantas da empresa possuem sistemas e processos específicos para reduzir o consumo de energia e limitar o uso de combustíveis fósseis, favorecendo a eletricidade de fontes renováveis.

Além disso, a empresa está desenvolvendo sua própria estratégia de descarbonização para mudar para um portfólio de produtos mais ecológicos, aumentando o uso de biocombustíveis e eletrificação e pesquisa contínua em células de combustível e motores a diesel eficientes.

“Temos compromissos e metas em nível global e desdobramento nas regiões. Trabalhamos nas plantas de forma muito específicas. Foram mais de 160 projetos no ano passado nos processos industriais com foco ambiental. O primeiro passo é medir e depois escolher as prioridades, o que tem mais a ver com o negócio e definir um plano. Para cada indicador sabemos onde queremos chegar. O resultado não chega rápido, mas existem ganhos ambientais e econômicos. Se eu reciclo, gasto menos com logística para levar para o aterro. Apontar os ganhos para mostrar que tornar o mundo mais verde traz ganhos para o negócio é fundamental”, analisa Belasco.

Braço da CNH, a FPT Industrial dedica-se ao design, produção e comercialização de sistemas de propulsão para veículos on road e off road, máquinas agrícolas e de construção e também aplicações marítimas e de geração de energia. Na fábrica de Sete Lagoas, na região Central, a preocupação com o meio ambiente está no desenvolvimento dos produtos e no dia a dia dos colaboradores.

O especialista Marketing Produto da FPT Industrial, Edinilson Almeida, destaca como crítico o momento da tomada de decisão. “Talvez o maior desafio seja a mudança de cultura. O que antes era despesa, agora entra na conta como estratégia de investimento. O consumidor também tem essa preocupação, quer um motor mais ‘limpo’. Temos que aproveitar as nossas matrizes energéticas. A conta ainda não fecha, mas nossa preocupação é atender o nosso cliente. É uma visão de futuro e longevidade. E já tendo cases de sucesso como o nosso motor a gás natural, mais econômico, rodando na Europa. Já é um produto de prateleira”, avalia Almeida.

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