Mães atiçam ânimo de empreendedores

Considerada a segunda melhor data para o comércio em geral – perdendo apenas para o Natal -, o Dia das Mães, que será celebrado no dia 14, oferece oportunidades para diferentes negócios.

De olho nesta disposição para gastar, de um lado, os shopping centers já estão enfeitados e com campanhas publicitárias na “rua”. As grandes marcas já reforçaram os estoques e contrataram mão de obra extra. E, do outro, os médios e pequenos negócios se esmeram em lançar novidades e apostam em um atendimento próximo e personalização de produtos e serviços.

Almoçar fora de casa pode ser uma boa pedida

Opção certeira na hora de homenagear as mamães, os restaurantes já estão com as listas de reserva quase cheias. No comando de três casas em Belo Horizonte – Capitão Leitão (região Leste), Caravela e Turi (Centro-Sul) – Cristóvão Laruça já está pronto para uma verdadeira maratona no segundo domingo de maio. Para não deixar ninguém sem mesa, ele organiza duas rodadas de reservas, uma até 12h15 e outra a partir das 14 horas.

“Essa é a segunda melhor data para nós, perdendo apenas para o almoço de Páscoa. A expectativa é alta e já estamos com bastante reserva nas três casas. É uma data comemorada em família e é comum mesas grandes, com até três gerações reunidas, além de tias, primos e amigos. Não fazemos um cardápio fechado para a data, notamos que as pessoas preferem ter liberdade de escolha no cardápio. E para fazer a nossa homenagem, que as mães tanto merecem, temos um espumante para recepcioná-las”, revela Laruça.

Apesar do câmbio desfavorável que tende a encarecer boa parte dos insumos, o empresário garante que é possível ter um bom almoço em família com custo acessível. Por sorte, um dos produtos mais pedidos pelas mães está em fase de abundância no mercado e, por isso, com os preços mais baixos.

“Muitas mães pedem pratos com camarão e a pesca do crustáceo começou há poucos dias no Sul do Brasil, jogando o preço para baixo. Já outros produtos importados, como o bacalhau, tiveram aumento de preço em relação ao ano passado”, pontua o chef.

Opções para todos os bolsos

E se os custos são um fator determinante na escolha do presente para as mães, peças de artesanato podem ser uma boa saída para filhos e netos. Na região de Venda Nova, a professora e artesã Hanna Izabel começou ainda criança a trabalhar com artesanato e hoje faz a maior parte das vendas por meio das redes sociais. Para quem quer “ver com as mãos”, ela atende com hora marcada no ateliê que funciona desde 2020.

Com mais encomendas agora do que na mesma data do ano passado e até mais que no último Natal, ela aposta em sempre oferecer novidades para um público que já se tornou fiel mas que costuma fazer os pedidos em cima da hora.

“Vejo que as pessoas querem aliar bom preço e exclusividade. Durante a pandemia elas saíram dos shoppings e aprenderam a buscar outras opções. Elas querem novidades e eu me especializei em personalizar as peças, atendendo o desejo do cliente nos mínimos detalhes. O tempo todo estudo e busco tendências. Para esse Dia das Mães a estrela tem sido o chaveiro em acrílico com o nome da pessoa. Faço cada um de acordo com o pedido, não tem dois iguais. O maior volume de vendas é feito pelo Instagram, que funciona como mostruário. O brasileiro, porém, gosta muito de pegar nas peças antes de escolher e para esse público eu atendo com agendamento no ateliê”, afirma Hanna Rodrigues.

Nostalgia embalada de presente

É também no Instagram, onde tem uma loja virtual há um ano e dois meses, que a jornalista Mariana Castello Branco vem se surpreendendo com o volume de vendas dedicadas às mães. Especializada em “papelaria fofa” a loja na rede social atende cada vez mais filhos interessados em dar de presente para as mães cadernos personalizados, canetas decoradas, estojos coloridos e outros itens úteis e “fofinhos”.

O produto mais pedido, porém, são os nostálgicos papéis de carta. Febre nos anos de 1990, a delicadeza dos papéis decorados, que carregam recados escritos à mão em plena era digital, está fomentando um tão intenso como inusitado mercado de colecionadores.

“Existe uma onda de revalorização do uso do papel e da escrita a mão. Com isso, os papéis de carta estão voltando com tudo, porque tem um custo baixo e é uma opção afetiva, já que muitas mamães foram colecionadoras durante a infância e a adolescência. E não só papéis novos, muita gente quer os antigos e existe um mercado de compra e venda desses itens que movimenta pessoas no Brasil todo. Eu mesma, quando compro um produto de coleção e algum vem repetido, coloco a venda e ele sai rapidamente”, revela Mariana Castello Branco.