Especial

Mineira Klus completa 48 anos no mercado da moda

Completando 48 anos na próxima semana, a sede da Klus está instalada em um imóvel histórico na região Centro-Sul de BH | Crédito: Divulgação
Rede de moda masculina, que nasceu em uma garagem, tem quatro lojas em Belo Horizonte, sendo três em shoppings

O charme da alfaiataria sob medida e do serviço personalizado fizeram da Klus uma marca que atravessou o tempo, desafiando a moda pronta e de massa das grandes confecções e magazines. Completando 48 anos na próxima semana, a maison, que tem sede no bairro Funcionários, na região Centro-Sul, evoluiu para as lojas de shopping, atende o segmento esportivo, mas não abandonou o “feito sob medida”.

Pronta para romper os limites da Capital, a empresa aposta mais em valor do que em preço e, por tudo isso, está na série Mineiridade de hoje.

De acordo com o diretor da Klus, Rafael Ohana, a empresa, que nasceu na garagem da casa dele, hoje ocupa um imóvel histórico como sede e tem lojas nos shoppings Del Rey (região Noroeste), Diamond Mall e BH (região Centro-Sul).

“A Klus começou com meu pai – Salvador Ohana -, aos 17 anos, na garagem de casa, aqui na região Centro-Sul. Meu avô era alfaiate e ele já conhecia o ofício e tinha tino comercial. Ele queria financiar os estudos e começou com um alfaiate e uma costureira. Até a década de 1990, trabalhava apenas com peças sob medida. A partir daí, veio a industrialização, o maquinário começou a ficar melhor e começamos a oferecer roupas prontas. Abrimos novos pontos de venda, mas sempre crescendo com o DNA da alfaiataria na construção dos produtos, detalhes de acabamento, tecidos e modelagem. Tudo escolhido com muito carinho para o cliente”, explica Ohana.

Hoje, a Klus se identifica como uma marca masculina full dress (dos pés à cabeça). A expertise empregada nos produtos feitos com exclusividade é reproduzida nos demais itens que podem ser ajustados na própria loja quando necessário.

O atendimento é um dos pilares da empresa. Com vários funcionários com mais de 30 anos de casa, o empresário destaca a importância dos relacionamentos e já atende três gerações da mesma família. Dentro disso, o treinamento constante se torna ainda mais importante, conferindo a mesma qualidade e cortesia nas lojas de shopping e na sede, onde é possível conhecer a história do casarão tombado e tomar um legítimo cafezinho mineiro entre a tomada das medidas do cliente e uma boa prosa.

E para quem quer exclusividade total, Salvador e Rafael ainda atendem com hora marcada.

“Temos uma equipe treinada, que conhece muito o produto e os clientes. O nosso jeito de atender prevê levar soluções para os clientes e não encaixá-los nas soluções que já temos. Até hoje fazemos roupa sob medida. A gente conversa, busca entender as necessidades e desejos do cliente e isso demanda tempo e paciência. Varejo é barriga no balcão, dedicação. Nós customizamos os produtos prontos com todo o critério e carinho que a peça exige. O homem está mais vaidoso, mas é um consumidor mais fiel hoje”, pontua.

O atendimento é um dos pilares da Klus, com vários funcionários com mais de 30 anos de casa | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo Diário do Comércio

O digital, tão útil durante a pandemia, também foi integrado à rotina da Klus, que atende pelo site e redes sociais. Essa, porém, não foi a única estratégia para sobreviver à crise que tirou as pessoas das ruas. Deslocar parte da produção para o sleepwear e preservar o estoque de tecidos da produção sob medida foram iniciativas tão sofridas como assertivas.

“A tecnologia digital facilita para a nova geração, mas a experiência na loja é valorizada, inclusive, por eles. Na pandemia, passamos a produzir mais outras peças como os pijamas, por exemplo, mas preservamos o nosso estoque apostando que todo aquele sofrimento ia passar. Foi uma decisão difícil. Muitas empresas queimaram os estoques, mas nós resolvemos esperar. Depois do pior momento, tivemos uma onda de casamentos e outros eventos represados que nos ajudaram a recolocar as coisas em ordem, mostrando que a decisão tinha sido acertada”, relembra o empresário.

Mineiramente, Ohana não dá detalhes sobre o plano de expansão, mas diz que abrir unidades fora de Belo Horizonte faz parte de uma estratégia de médio prazo. Apesar das constantes consultas, não está nos planos da marca aderir ao modelo de franchising.

“Enxergamos o nosso futuro como uma marca consolidada, com sua tradição, mas sempre trazendo novas experiências para o cliente, com novos produtos e novas tecnologias. Temos muito trabalho para continuar cativando o consumidor. Tem mercado para todo mundo e quem quer seguir tem que saber trabalhar olhando para dentro e também para fora, sem perder o DNA. É assim que fazemos”, completa o diretor da Klus.

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