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ENGENHARIA HOJE | Engenheiros pedem cuidado na reconstrução de BH

Crédito: Paulo Marcio

Passada a temporada das chuvas fortes, a prefeitura anunciou, na última semana, o início da operação de reconstrução das áreas da cidade que foram afetadas pelos temporais. Em sua maior parte, são obras de recomposição do piso asfáltico, como na avenida Tereza Cristina, a mais afetada pelas chuvas, com o transbordamento do ribeirão Arrudas. No total, são 221 obras, que custarão algo entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões.

O engenheiro Luis Otávio Portela, vice-presidente da SME, acha importante reconstruir os pontos que foram degradados pela chuva. Mas chama a atenção para a necessidade de se fazer um escalonamento, de forma a se priorizar as obras emergenciais e fazer um planejamento para o restante. “O momento atual, dentro do período de chuvas, não é o mais indicado para se realizar obras”, afirma Luis Portela.

Para ele, é preciso que a prefeitura atente para a necessidade de se fazer o redimensionamento de obras que, este ano, se mostraram insuficientes para evitar o transbordamento de cursos d’água. Como exemplo, aponta o Arrudas na avenida Tereza Cristina, que transbordou várias vezes no atual período chuvoso.

“Há necessidade de serem reestudados os métodos de cálculo e seus respectivos coeficientes de forma a termos dimensionamentos de obras mais coerentes com a realidade”, afirmou Luis Portela, que também enfatizou a importância de a prefeitura e o governo do Estado garantirem os recursos para a construção das bacias de contenção do córrego Ferrugem, em Belo Horizonte e Contagem na região oeste de BH. Caso isso não seja feito, o Arrudas continuará, segundo ele, a transbordar na Tereza Cristina.

O engenheiro civil e especialista em hidráulica, Sérgio Menin, também da SME, bate na mesma tecla, de que é importante refazer o que foi estragado pelas chuvas e recolocar a cidade novamente em seu funcionamento normal. Porém, chama a atenção para a necessidade de, ao mesmo tempo, como política de longo prazo, se rediscutir a concepção do sistema de drenagem de Belo Horizonte, que, segundo ele, não está adequado à proteção segura da cidade. “Nas últimas chuvas, ele não funcionou”, afirmou Menin.

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