Finanças

Alta da Selic preocupa entidades empresariais em Minas Gerais

Avaliações são negativas por parte dos setores de comércio e serviços, indústria e força sindical
Alta da Selic preocupa entidades empresariais em Minas Gerais
Crédito: Reprodução Adobe Stock

O aumento da taxa Selic, anunciado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), trouxe preocupações para as entidades empresariais de Minas Gerais.

Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o reajuste pode impactar as atividades econômicas, especialmente, no próximo “super trimestre”, marcado por datas comemorativas como Dia das Crianças, Black Friday e Natal.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, avalia que o aumento da taxa Selic impacta o setor de comércio e serviços da capital mineira, pois restringe o crédito e reduz o poder de compra dos consumidores, o que resulta em uma queda de demanda por bens e serviços e aumento dos custos operacionais para as empresas.

“Com juros altos, os consumidores tendem a reduzir gastos, o que pode levar a uma queda nas vendas no varejo e em serviços relacionados. Vale lembrar que estamos nos aproximando do período de maior movimentação do comércio, esse aumento dos juros, ainda que seja para controlar uma pressão inflacionária, pode ter reflexos no desempenho das vendas de fim de ano”, explica Souza e Silva.

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O dirigente reforça que, além do aumento da Selic, o equilíbrio fiscal deve ser pauta prioritária do governo. “O compromisso em equilibrar as finanças públicas, reduzir gastos e aumentar as receitas ajudaria a manter as boas expectativas com a melhora na intenção de consumo das famílias, recuperação da renda e queda do endividamento. O comprometimento do governo é fundamental para que isso aconteça e não esmague o crescimento dos setores econômicos”, ressalta.

Na avaliação do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), Frank Sinatra Chaves, uma política monetária equilibrada é importante, no entanto, o aumento da Selic, que já estava elevada, prejudica o crescimento econômico e traz desafios para o setor de comércio e serviços.

“O que precisamos é de taxas de juros competitivas, que estimulem os investimentos e o consumo, sem comprometer o processo desinflacionário. Esperamos que haja um outro caminho a ser seguido pela condução da política monetária no país, com menos efeitos negativos, sobretudo para o setor produtivo”, afirma.

Setor industrial em Minas demonstra consternação com aumento da Selic

Por meio de nota, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) expressou profunda consternação e indignação com a postura do Copom e destaca a importância de uma abordagem mais proativa nas próximas reuniões.

“É essencial que sejam considerados cortes na Selic, não apenas como uma medida desejável, mas como uma necessidade urgente para estimular o setor produtivo nacional. Uma taxa de juros mais equilibrada e estável é fundamental para permitir que a economia se fortaleça e se recupere. O Banco Central precisa agir com determinação e tomar medidas audaciosas para evitar que a economia brasileira entre em estado de estagnação. A Fiemg reafirma a necessidade de ajustes na política monetária, a fim de promover um ambiente mais favorável ao crescimento econômico sustentável e à geração de empregos”, afirma a entidade.

“Um verdadeiro prêmio aos especuladores. Assim podemos definir a alta na taxa de juros básica, anunciada pelo Copom. Aumentar a taxa Selic é ir na contramão do desenvolvimento o
País”, afirmou, por meio de nota, o presidente nacional da Força Sindical, Miguel Torres.

Na avaliação do dirigente, elevar os juros nesse momento traz mais incertezas e tende a desestimular o investimento e o consumo no País.

“É importante destacar que a atual política econômica do Banco Central está destoando dos anseios da classe trabalhadora. Infelizmente, essa estratégia de gradualismo, subindo a taxa aos poucos, penaliza de forma nefasta, principalmente, os menos favorecidos economicamente e irá atrapalhar as campanhas salariais deste semestre bem como a produção e o consumo das famílias”, alerta.

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