Finanças

Analistas elevam as estimativas para a inflação neste ano

Analistas elevam as estimativas para a inflação neste ano
Crédito: Marcello Casal Jr - Agência Brasil

Brasília – O mercado financeiro aumentou novamente a previsão de inflação para este ano. Segundo projeção do Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2022 em 5,38%. Há uma semana a projeção do mercado era de que a inflação terminasse o ano em 5,15%. Há quatro semanas a previsão era de 5,03%.

Para 2023, o mercado mudou a expectativa e também aumentou a previsão de inflação. A nova projeção aponta uma inflação de 3,5%, ante os 3,4% da semana passada. Em 2024, a projeção é a mesma da semana passada, com inflação de 3%.

O boletim, que é divulgado semanalmente, reúne a projeção do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do País. Na projeção dessa semana, o Focus aponta um pequeno aumento na previsão do Produto Interno Bruto (PIB), na comparação com a semana passada. A nova projeção é de um PIB de 0,30%, ante os 0,29% da semana anterior. Há quatro semanas o mercado previa um crescimento da economia brasileira de 0,36%.

O Focus registra ainda uma diminuição na expectativa de crescimento do PIB para 2023, passando de 1,69% na semana passada para 1,55%. Para 2024, a projeção se manteve estável, ficando em 2%.

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Taxa de juros

A previsão do mercado para a taxa básica de juros, a Selic, em 2022, também ficou estável em relação ao divulgado na semana passada, ficando em 11,75% ao ano. Há quatro semanas a projeção era de que a Selic fecharia 2022 em 11,5% ao ano.

A taxa, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), atualmente está em 9,25% ao ano. Para a próxima reunião do órgão, em fevereiro, o Copom já sinalizou que deve elevar a Selic em mais 1,5 ponto percentual.

Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 8% ao ano, a mesma da semana passada. E para 2024, a previsão é de Selic em 7% ao ano, projeção que repete a da semana anterior.

A expectativa do mercado para a cotação do dólar em 2022 também se manteve igual ao projetado na semana passada, ficando em R$ 5,60. Já para o próximo ano, a projeção do mercado é de alta no câmbio. Para 2023, a previsão da cotação do dólar subiu de R$ 5,46 para R$ 5,50. Já para 2024, a projeção se manteve estável, com o dólar a R$ 5,40.

Fitch

O Brasil enfrentará dificuldades fiscais ao longo deste ano apesar da consolidação vista em 2021, disse ontem a agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Em nota, a Fitch afirmou que um crescimento mais fraco, deterioração esperada no saldo primário e juros mais altos impedirão uma repetição do desempenho positivo observado em 2021, quando o setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de R$ 64,727 bilhões, o primeiro em oito anos, segundo dados do Banco Central.

De acordo com a agência, “os mais recentes dados fiscais do Brasil confirmam nossa visão de que 2021 seria um ano de rápida consolidação” após o impacto da pandemia de Covid-19, e, em algumas métricas, vieram melhores que as expectativas da Fitch.

A dívida bruta do País, por exemplo, encerrou o ano passado em 80,3% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a agência de classificação de riscos esperava taxa de 80,9%. No fim de 2020, a dívida estava em 88,6% do PIB.

Segundo a Fitch, os resultados das receitas do setor público “podem ter se beneficiado de algumas mudanças estruturais impulsionadas pela pandemia, incluindo maior formalização, digitalização e outras reorganizações empresariais”.

Além disso, fatores isolados – como pré-pagamentos do BNDES ao Tesouro – também ajudaram a reduzir a relação dívida/PIB, afirmou a Fitch.

Em meados de dezembro passado, a Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano do Brasil em moeda estrangeira em “BB-”, com perspectiva negativa, que reflete riscos negativos à economia, às finanças públicas e à trajetória da dívida. 

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