Finanças

Analistas estão otimistas com a bolsa neste 2º semestre

Ibovespa valorizou 9% em junho
Analistas estão otimistas com a bolsa neste 2º semestre
Entre os fatores que podem impulsionar o mercado acionário está o possível corte na taxa de juros por parte do Copom | Crédito: ALV Ribeiro/ Adobe Stock

O Ibovespa fechou junho com uma alta de 9%, a maior variação mensal desde dezembro de 2020. O desempenho da bolsa de valores teve forte influência da desaceleração da inflação, do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado e da possibilidade de o Banco Central (BC) começar a reduzir a taxa Selic no segundo semestre. Este último fator, inclusive, deve ditar os rumos das ações tanto em julho quanto nos próximos meses.

O especialista e sócio da Valor Investimentos, Gabriel Meira, explica que a expectativa sobre o índice no mês é basicamente a mesma que se tem para o ano. Ele acredita que a bolsa de valores está descontada, ou seja, ainda tem chances de subir. E afirma que a perspectiva de um início de corte de juros deve destravar um pouco mais do fluxo estrangeiro para o Brasil.

“Estamos bem otimistas e esperamos que a bolsa chegue em torno de 120 mil a 125 mil pontos até o final do ano. Para julho especificamente, não dá para ‘cravar’, mas achamos que vai começar a vir um ciclo cada vez maior de capital estrangeiro para o País”, disse. 

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Ainda conforme Meira, a Valor Investimentos tem priorizado alguns setores em sua carteira, como petróleo e gás, além de bancos e companhias mais resilientes e distribuidoras de dividendos. Ele ressalta que algumas casas têm recomendado que se invista em small caps – ações de empresas com baixo valor de mercado em relação às demais –, no entanto, a corretora avalia que ainda não seja o momento de se investir nesse grupo específico. 

Enquanto isso, o sócio-diretor da Belo Investment Research, Paulino Oliveira, destaca que o ciclo de redução dos juros diante do controle inflacionário tende a beneficiar alguns setores em particular. Ele cita, por exemplo, aquelas atividades mais cíclicas, como a construção civil. E grupos que dependem muito de crédito, como o varejo.

“Na contramão disso, tem o setor financeiro que costuma auferir um ganho maior com esse ciclo de juros altos. Então com esse movimento de corte de juros, a situação tende a ser um pouco contrária, ou seja, eles podem ter um momento menos favorável”, ressaltou.

Recesso parlamentar diminui volatilidade e bolsa de valores deve seguir positiva

Segundo o CEO da iHUB Investimentos, Paulo Cunha, com o fim do primeiro semestre consegue-se observar que houve uma forte descompressão de prêmios de risco, o que, em outras palavras, significa que os investidores atribuíam um risco maior para o cenário brasileiro do que veem nesse momento. De acordo com ele, esse elemento ajudou bastante os setores da construção, varejo e também as empresas mais alavancadas. 

Olhando para frente, Cunha diz que tanto o Ibovespa quanto as ações de empresas de setores como energia e materiais ainda têm espaço para subir e podem se destacar nos próximos meses. Precisamente sobre julho, ele afirma que costuma ser um mês em que a bolsa de valores não tem grandes volatilidades, devido ao recesso parlamentar brasileiro e o período de férias nos Estados Unidos. Sendo assim, o que está relativamente bem tende a continuar.

“Então julho deve seguir a tendência que, no que se refere ao Ibovespa, tem sido de curto prazo de alta. Já no longo prazo, continua estacionado. Ele teria que romper os 135 mil pontos para podermos dizer que está em alta, mas olhando como o primeiro semestre foi positivo, acredito que o mês de julho deve continuar positivo”, avaliou.

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