Finanças

Analistas reduzem as projeções para a inflação

IPCA deve atingir 5,79% neste ano
Analistas reduzem as projeções para a inflação
Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Brasília – Analistas consultados pelo Banco Central reduziram com força sua expectativa para a inflação ao final deste ano, mas ainda acima do teto da meta, deixando inalterados os cenários para a economia e os juros.

A pesquisa Focus divulgada ontem pelo BC mostra que a projeção para a alta do IPCA em 2022 caiu a 5,79%, de 5,92% na semana anterior. A mudança vem na esteira de um resultado abaixo do esperado em novembro para a inflação, com o IPCA subindo 0,41%.

O IBGE divulga em 10 de janeiro os números finais do IPCA em 2022. Apesar da redução, a expectativa para a inflação no levantamento ainda fica acima do teto da meta –3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para 2023 e 2024 as contas para a alta dos preços não mudaram, ficando respectivamente em 5,08% e 3,5%. Para esses anos, os objetivos são de 3,25% e 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

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Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento ficaram inalteradas em 3,05% e 0,75% para este ano e o próximo. Também não houve alteração na perspectiva de que a taxa básica de juros Selic terminará 2023 a 11,75%, contra 13,75% atualmente.

Prisma

O mercado financeiro piorou a projeção para o resultado primário do governo em 2023, em meio às negociações para ampliação de gastos no ano que vem e às incertezas sobre o futuro do arcabouço fiscal do País, mostrou relatório Prisma Fiscal divulgado ontem pelo Ministério da Economia.

De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2023 ficou em déficit de R$ 116,2 bilhões, ante saldo negativo de R$ 93 bilhões projetado em novembro.

O movimento é resultado de um crescimento moderado na projeção das receitas líquidas do governo, de R$ 1,873 trilhão para R$ 1,877 trilhão, enquanto haveria uma alta forte nas despesas totais, de R$ 1,949 trilhão para R$ 1,988 trilhão.

Para este ano, o dado para o governo central segue em trajetória positiva, com expectativa de superávit de R$ 63,9 bilhões, contra saldo positivo de R$ 59,3 bilhões estimados no levantamento anterior. Se confirmado, será o primeiro resultado no azul em nove anos para o governo central, que reúne contas de Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central.

Os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2022 para 75,60% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 77,28% na pesquisa de novembro. Para 2023, a estimativa está em 80,50%, contra 80,78% na pesquisa anterior.

Ainda não há clareza sobre o quadro fiscal do País em 2023. O Orçamento do ano que vem foi enviado ao Congresso pelo governo com a previsão de um rombo de R$ 63,7 bilhões, número que não incorpora promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, como o Auxílio Brasil em patamar elevado, que originalmente valeria até dezembro.

O governo eleito negocia com o Congresso a aprovação de uma PEC para ampliar os gastos no ano que vem e liberar outros desembolsos de ministérios. O texto aprovado no Senado, que ainda será avaliado pela Câmara, amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões.

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