Finanças

Apple e Samsung negociam oferta de Pix por aproximação

Próxima fase do sistema tecnológico de pagamentos será lançada pelo Banco Central em fevereiro do próximo ano
Apple e Samsung negociam oferta de Pix por aproximação
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

São Paulo – Usuários de Apple Pay e Samsung Pay ainda não têm acesso garantido ao Pix por aproximação, próxima fase da tecnologia de pagamento do Banco Central (BC) que será ofertada a partir de fevereiro de 2025. As fabricantes, no entanto, negociam entrada no sistema.

Ao contrário do Google, desenvolvedor do Android, Apple e Samsung ainda não se credenciaram junto ao BC como “iniciadoras de pagamento” e, pela regra atual, não poderiam oferecer o Pix por aproximação em suas carteiras digitais.

O BC determinou que, para oferecer a ferramenta, as carteiras digitais terão que fazer parte do ecossistema do open finance, o que requer o cadastro junto ao órgão para “preservar a segurança e o sigilo do processo”. Atualmente, Apple e Samsung não são instituições cadastradas no BC e não fazem parte do sistema Pix.

As fabricantes, por outro lado, entendem que isso não seria necessário por considerarem que a funcionalidade terá uso muito similar aos cartões cadastrados na carteira Apple Pay, e a responsabilidade pelas transações seguiria com as instituições financeiras.

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No caso do Pix por aproximação, porém, será necessário que o usuário vincule sua conta bancária à carteira digital, o que exige envolvimento maior da dona do sistema operacional.

Com o Pix por aproximação, o BC quer facilitar o sistema de pagamentos, hoje condicionados ao escaneamento de QR Codes e à inserção de chaves, o que requer alguns passos adicionais dentro do aplicativo dos bancos.

Senha

No novo sistema, o usuário irá cadastrar contas de sua preferência na carteira digital, que atuará como iniciadora de uma transação Pix, sem a necessidade de abrir o app do banco ou fazer uma transação manualmente. Será da mesma forma que os cartões cadastrados nos smartphones. Para a segurança dos usuários, uma senha, usualmente a do próprio aparelho, será requisitada a cada transação.

No momento, Apple e Samsung estão em conversa com o BC para poderem ofertar o Pix por aproximação sem serem reguladas pelo órgão. Caso contrário, elas terão que tentar o registro, cuja aprovação pode levar meses.

Sem o aval do BC, para que usuários dos aparelhos Apple usem a nova ferramenta, a empresa terá que liberar carteiras de outros desenvolvedores em seus dispositivos, como antecipado pelo Financial Times.

Segundo Gabriela Szprinc, chefe de negócios e produtos da Dock, uma iniciadora de pagamentos habilitada, o processo de credenciamento para atuar como parceiro Apple é criterioso e poucas empresas devem conseguir passar no filtro. “Nós vamos tentar e estamos empolgados com a oportunidade”, ressaltou.

Donos de aparelhos da Samsung podem baixar carteiras digitais já habilitadas, como a própria Google Pay. Interessada neste mercado, a big tech se adiantou e já oferece o Pix por aproximação no Google Pay, em parceria com o C6 Bank e o PicPay.

“A jornada sem redirecionamento, que acabamos de lançar, foi resultado de um processo de desenvolvimento técnico e regulatório longo, realizado junto com o Banco Central e com o restante da indústria”, diz o Google em nota.

Nessa única cartada, o Google arrematou a maior parte do mercado brasileiro de pagamento via carteiras digitais. De acordo com as estimativas da plataforma de monitoramento Sensor Tower, o PicPay detém a maior base de usuários no Brasil entre os aplicativos de carteira digital, com uma média de 21,8 milhões de usuários no primeiro semestre de 2024, seguido por Mercado Pago e Google Pay, com 18,5 milhões e 6,6 milhões, respectivamente.

Reportagem distribuída pela Folhapress

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