Finanças

Ata do Fed sinaliza para possível corte de juros nos EUA

Autoridades abriram a possibilidade para um corte na reunião de 17 e 18 de setembro
Ata do Fed sinaliza para possível corte de juros nos EUA
Foto: Sarah Silbiger File Photo / Reuters

Washington – As autoridades do Federal Reserve (Fed) no mês passado estavam fortemente inclinadas a um corte na taxa de juros em sua reunião de política monetária de setembro e várias delas estariam até mesmo dispostas a reduzir os custos de empréstimos imediatamente, de acordo com a ata da reunião de 30 e 31 de julho.

Autoridades do banco central dos Estados Unidos deixaram a taxa básica de juros inalterada na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto no mês passado, mas abriram a porta para um corte na reunião de 17 e 18 de setembro.

Há algum tempo, os mercados financeiros esperam que a reunião de setembro dê início às reduções na taxa básica, que atualmente está definida na faixa de 5,25% a 5,50%. A expectativa é de uma flexibilização de até 1 ponto percentual até o final deste ano.

Na reunião de julho, “a grande maioria” dos formuladores de política monetária “destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião”, disse a ata, divulgada nesta quarta-feira (21).

Eles também ressaltaram que “muitas” autoridades do Fed consideram a postura dos juros restritiva e “alguns participantes” argumentaram que, em meio a um arrefecimento contínuo das pressões inflacionárias, nenhuma mudança na taxa básica significaria que a política monetária aumentará o peso sobre a atividade econômica.

A ata diz que, embora todas as autoridades do Fed estivessem de acordo com a manutenção dos custos dos empréstimos em julho, “vários” formuladores de política monetária disseram que o progresso na redução da inflação em meio a um aumento no desemprego “forneceu um argumento plausível para a redução da meta de 25 pontos-base nesta reunião ou que eles poderiam ter apoiado essa decisão”.

A ata também mostrou que um grupo cada vez menor de formuladores de política monetária teme que um afrouxamento prematuro da política monetária possa provocar a retomada da inflação.

A justificativa para o corte das taxas se baseia na desaceleração da inflação em direção à meta de 2% do banco central e no aumento da ansiedade sobre a situação do mercado de trabalho, na esteira dos dados recentes que mostram um aumento na taxa de desemprego.

A velocidade do salto na taxa de desemprego, que chegou a 3,4% no início do ano passado e, desde então, subiu para 4,3% no mês passado, aumentou a urgência do debate sobre cortes nos juros e levou alguns analistas a dizer que uma redução de 0,50 ponto percentual nos custos de empréstimos deve ser considerada no próximo mês.

A ata destacou que autoridades veem o mercado de trabalho como tendo retornado em grande parte ao ponto em que estava antes do início da pandemia da Covid-19 e descreveram o mercado de trabalho como “forte, mas não superaquecido”.

Empregos

As preocupações do Fed com relação ao mercado de trabalho podem ser exacerbadas pela estimativa do Departamento do Trabalho, divulgada nesta quarta, de que houve 818.000 empregos a menos na folha de pagamento em março do que o informado anteriormente. A mudança fazia parte do processo anual de revisão do índice de referência.

A ata observou que a “maioria” das autoridades do Fed considera que os riscos para o mercado de trabalho haviam aumentado, enquanto os riscos para o mandato de inflação haviam sido reduzidos.

O nível atual de desemprego já é mais alto do que o nível de 4% previsto pelas autoridades do Fed para este ano em suas projeções econômicas atualizadas em junho, e do que os 4,2% projetados pelos formuladores de política monetária para o final do próximo ano.

Reportagem distribuída pela Reuters

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