Finanças

Atividade econômica cresce no País, mas perde força em outubro

Considerado um sinalizador do PIB, o IBC-Br registra alta de apenas 0,1%, com desaceleração na comparação com setembro, quando apresentou aumento de 0,9%
Atividade econômica cresce no País, mas perde força em outubro
O Banco Central elevou a sua projeção de avanço do PIB no quarto trimestre para 0,4%, com fechamento do ano em 3,5% | Crédito: Adriano Machado / Reuters

São Paulo – A atividade econômica registrou crescimento em outubro, iniciando o quarto trimestre com um resultado inesperado ainda que com perda de força, mostraram dados do Banco Central (BC) na sexta-feira (13).

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou alta de 0,1% em outubro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado.

O resultado foi o terceiro seguido no azul e frustrou expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,2%. No entanto, mostrou desaceleração depois de alta de 0,9% em setembro, em dado revisado pelo BC de ganho de 0,8% informado antes.

Os dados do IBC-Br mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice teve alta de 7,3% em outubro, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,4%, segundo números observados.

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Em outubro, tanto o setor de serviços quanto o de varejo tiveram desempenho positivo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados anteriormente. As vendas varejistas surpreenderam com uma alta de 0,4% sobre o mês anterior, enquanto o volume de serviços aumentou 1,1%, mais do que o esperado.

Por outro lado, a produção industrial frustrou as expectativas com uma queda de 0,2% no mês.
“A leitura positiva (do IBC-Br) não refletiu totalmente os resultados da atividade econômica de outubro, que apresentaram desempenhos positivos mais intensos”, avaliou o economista do Santander Gabriel Couto.

O banco elevou sua projeção de expansão do PIB no quarto trimestre a 0,4% sobre os três meses anteriores, de 0,1% antes, calculando que o ano terminará com crescimento de 3,5%, de 3,4% anteriormente.

No terceiro trimestre, o PIB brasileiro desacelerou e expandiu 0,9%, de acordo com dados do IBGE divulgados no início do mês, mas ainda mostrou uma economia aquecida mesmo diante da política monetária contracionista. A expectativa é de que a economia siga enfraquecendo no quarto trimestre, mas ainda com ganhos.

Inflação

A economia aquecida vem mantendo as preocupações com a inflação no País, e o Banco Central acelerou nesta semana o ritmo de aperto nos juros e elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, surpreendendo ao prever mais duas altas da mesma magnitude à frente.

“Ao longo de 2024 diversos vetores impulsionaram a atividade econômica, com destaque para a taxa de desemprego em mínima histórica, aumento dos salários, melhores condições de acesso para o crédito e uma forte elevação dos benefícios sociais”, disse o economista da Suno Research, Rafael Perez.

“Esse cenário tem possibilitado uma maior expansão dos setores mais dependentes da renda e do consumo. Contudo, tem gerado cada vez mais pressões inflacionárias, piorando o balanço de riscos do Banco Central”, completou.

Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central antes da decisão sobre os juros mostra que a expectativa para a expansão do PIB este ano é de 3,39%, indo a 2,0% em 2025.

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

Reportagem distribuída pela Reuters

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