Finanças

Atividade se recupera antes de pandemia

Atividade se recupera antes de pandemia
Crédito: Pixabay

São Paulo – A atividade econômica brasileira ainda apresentou recuperação em fevereiro e acima do esperado, antes do previsto baque devido aos impactos da crise do novo coronavírus, que vem mantendo empresas fechadas e pessoas em isolamento no País.

Considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 0,35% na comparação com janeiro, em dados dessazonalizados informados pelo BC ontem.

A leitura positiva em fevereiro ocorreu após três taxas negativas, inclusive a forte revisão do dado de janeiro a uma queda de 0,007% após o BC divulgar anteriormente avanço de 0,24%.

Também foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,20% na mediana das projeções.

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Na comparação com fevereiro de 2019, o IBC-Br apresentou alta de 0,60% e, no acumulado em 12 meses, teve avanço de 0,66%, segundo números observados.

“Esse resultado se soma a outros que sugerem que a atividade econômica crescia em ritmo moderado antes da adoção de medidas de distanciamento social em março. No entanto, a parada abrupta da economia no mês passado interrompeu essa tendência de retomada que estávamos observando”, destacou o Bradesco, em nota, avaliando que o PIB deve registrar uma retração na margem entre 3% e 4% neste segundo trimestre.

Em fevereiro, a produção industrial subiu pelo segundo mês seguido, um ganho de 0,5% sobre janeiro, mas alguns segmentos já deram os primeiros sinais das consequências da pandemia de coronavírus.

O setor de varejo por sua vez surpreendeu e registrou alta de 1,2% das vendas em fevereiro, no melhor resultado para o mês em quatro anos. Por outro lado, o volume de serviços do Brasil apresentou no mês a queda mais acentuada em mais de um ano, de 1,0%.

Os efeitos das paralisações e interrupções de cadeias devido à pandemia do coronavírus no Brasil devem aparecer com ainda mais força nos indicadores de atividade de março, em meio à suspensão de funcionamento de várias empresas, cancelamentos de eventos e restrição de circulação de pessoas devido ao vírus.

Analistas de bancos afirmam que dados recentemente divulgados mostram que a economia brasileira já começa a sentir os primeiros sinais de impacto da propagação do coronavírus, com algumas casas prevendo retração superior a 3% este ano.

A pesquisa Focus mais atual do Banco Central mostra que o mercado prevê contração de 1,96% este ano, indo a um crescimento de 2,70% em 2021.

FMI – O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou ontem, em seu relatório Perspectiva Econômica Global, que a economia brasileira deve contrair 5,3% este ano, um pouco mais pessimista do que a do Banco Mundial de recuo de 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

A previsão do governo é de crescimento virtualmente zero (+0,02%) para o PIB neste ano, mas autoridades da equipe econômica – como o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – já admitem que o desempenho deverá ser negativo.

“Os dados de atividade de janeiro-fevereiro foram fracos, mas ainda não representam a perspectiva para a economia já que ainda não capturam o impacto da pandemia de Covid-19. Além disso, a atividade também será impactada negativamente pelo forte aperto das condições financeiras domésticas, rápido enfraquecimento da demanda externa e deterioração dos termos de comércio”, disse o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos. (Reuters)

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