B3 lança índice de referência do desempenho de debêntures

São Paulo – A B3 anunciou nesta quarta-feira (12) o lançamento do Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI, a fim de criar um referencial que represente o desempenho médio dos preços desses títulos em meio a um pujante mercado de renda fixa.
A composição inclui debêntures precificadas pela B3 que possam eventualmente fazer parte dos ativos aceitos como depósito em garantia pela Câmara B3, com remuneração composta por DI, mais o spread.
A B3 passou a permitir o uso de debêntures como garantia em operações para atender à crescente demanda de participantes do mercado para ampliar o rol de ativos aceitos para cobertura de margem de risco em operações com a B3 como contraparte central. A partir da nova regra, anunciada em dezembro do ano passado, foi possível criar a metodologia do novo índice.
Os requisitos para fazer parte do novo índice ainda incluem que o tamanho da emissão deve ser igual ou superior a R$ 300 milhões e que o vencimento não pode extrapolar dez anos, entre outros. Não estão inclusas as debêntures perpétuas, conversíveis e permutáveis, debêntures de emissores que façam parte do mesmo grupo econômico da B3, ou que estejam em recuperação judicial ou extrajudicial na data de rebalanceamento.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Em um primeiro momento, ele será composto por 22 ativos de oito emissores — Compass Gás e Energia, Cosan, Sabesp, Rede D’Or, Localiza, Algar, Marfrig e Equatorial.
Mas o superintendente de índices da B3, Ricardo Cavalheiro, não descarta ampliar a carteira. “Temos planos de expandir nosso universo, não só das empresas dessas emissões que são aceitas como garantia pela B3, mas analisar o mercado como um todo”, ressaltou.
Ainda sobre as regras para fazer parte da carteira hoje, nenhum dos emissores poderá ultrapassar uma participação de 15% no índice, que terá um rebalanceamento mensal. Cavalheiro disse que o novo índice foi construído com o princípio de proximidade com provedores, para que o mesmo tenha produtos atrelados desde o primeiro momento.
“Nós estamos bastante confiantes de que deve ter algo indexado a esse índice já nos próximos meses”, afirmou o superintendente a jornalistas, adiantando que a B3 já está em conversas adiantadas com um provedor para criar um exchange traded fund (ETF) indexado a esse instrumento.
Ele ressaltou que o índice pode ser utilizado para referência de diversos instrumentos, como swaps, notas estruturadas, por exemplo, servindo a diferentes estratégias.
Licenciamentos
Em 2024, a B3 lançou sete índices e, segundo o executivo, teve licenciamento em quase todos, com um deles, o Ibovespa B3 BR+, registrando mais de três licenciamentos.
“Conseguimos observar a adesão quase que imediata de todos eles com produtos referenciados, o que mostra que a nossa estratégia de proximidade com os investidores no desenvolvimento de índices tem funcionado bem”, acrescentou. “Gostaríamos de bater (em 2025) o recorde de lançamentos de novos índices”, afirmou Cavalheiro.
Reportagem distribuída pela Reuters
Ouça a rádio de Minas