Finanças

Banco Inter vai criar aplicativo de prestação de serviços

Banco Inter vai criar aplicativo de prestação de serviços
Crédito: Divulgação

São Paulo – O Banco Inter, que teve um rápido crescimento graças às suas contas correntes digitais gratuitas, prepara-se para lançar, na quinta-feira, um aplicativo para smartphone que oferece entrega de alimentos e serviços de transporte compartilhado, disse o presidente-executivo da instituição à Reuters.

Recém-transformado em um banco digital, o Inter viu seus depósitos dispararem nos últimos anos, mas ainda continua sendo uma instituição financeira de pequeno porte na maior economia da América Latina.

Espera-se que o “super app” atraia mais clientes, levando-os a pegar mais empréstimos, disse João Vitor Menin, integrante de uma importante família do ramo imobiliário brasileiro e que reinventou um tradicional banco em uma fintech há cinco anos.

A iniciativa do banco fundado há 25 anos de lançar um aplicativo que permita aos clientes reservar ingressos de cinema e hotéis testará a crença de que os consumidores brasileiros estão ansiosos por um aplicativo único para seus smartphones, semelhante aos super apps que proliferaram na Ásia – incluindo alguns também financiados pelo SoftBank Group Corp.

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“É incerto se os super apps prevalecerão no Brasil, mas isso pode acelerar a lucratividade do Inter”, disse Tatiana Brandt, analista da empresa de pesquisas Eleven Financial, em entrevista, acrescentando que acha que muito do crescimento potencial do Banco Inter já está refletido no preço das ações.

O Banco Inter, no qual o SoftBank comprou uma participação de 14,9%, no início deste ano, por cerca de R$ 1,5 bilhão, representa a segunda maior aposta da América Latina do conglomerado japonês e seu único negócio de capital aberto na região após o aplicativo de entrega colombiano Rappi.

As units do banco, compradas a R$ 39,99 pelo SoftBank, chegaram a subir 75% nas semanas após o investimento inicial do grupo japonês em julho, mas depois perderam parte desses ganhos.

Embora o Banco Inter possua apenas R$ 6,8 bilhões em ativos, suas contas correntes gratuitas – uma novidade em um país onde a maioria das contas bancárias tem tarifas altas – atraíram 3,3 milhões de clientes até o final de setembro. Isso é aproximadamente três vezes o nível do ano anterior.

Embora o Banco Inter seja uma das poucas startups financeiras já lucrativas, ele ainda ganha dinheiro à moda antiga, concedendo empréstimos a consumidores em vez de oferecer inovações financeiras distintas dos bancos tradicionais.

Dinheiro de volta – O banco espera fazer sua carteira de crédito crescer à medida que atrair mais clientes por meio do seu super app, disse Menin. O banco estima ter uma participação de mercado de 2% no número de clientes do País, enquanto sua participação de mercado em empréstimos foi de 0,2% em junho.

Uma parceria com uma empresa de processamento de cartões a ser criada em janeiro também deve trazer como clientes pequenas empresas, disse ele.

Depois que o novo aplicativo for lançado no final deste mês, o Banco Inter também espera ampliar um programa de cash back para atrair mais clientes ao oferecer a devolução parcial do valor das compras com varejistas que estão dentro do seu app.

No Brasil, os clientes bancários estão interessados principalmente em obter acesso ao crédito, disse Thiago Kapulskis, analista do Banco BTG Pactual, mas ele vê o super app como um potencial canal para novas receitas no futuro.

“O Brasil possui um grande número de telefones celulares, mas muitos dispositivos têm pouca memória”, afirmou. “Portanto, um super aplicativo pode fazer sentido, pois as pessoas podem procurar apenas um aplicativo para fazer todas as coisas”.

Outros argumentam que as ações do Banco Inter, avaliadas em 6,2 vezes o seu valor contábil, já estão ajustadas às novidades que o banco terá. Em comparação, o Itaú Unibanco, o maior banco privado do Brasil, com R$ 1,69 trilhão em ativos totais, negocia 2,7 vezes o seu valor contábil.

“Embora o crescimento de clientes tenha sido impressionante, a capacidade do banco de monetizar clientes não é evidente”, disse Jorge Kuri, analista do Morgan Stanley, em nota, comentando os resultados do banco no segundo trimestre. “As despesas ainda estão crescendo mais rapidamente que as receitas de forma significativa”.

Influência asiática – A natureza multifuncional do aplicativo lembra a de várias startups asiáticas, incluindo a principal empresa de pagamentos digitais da Índia, Paytm, cujos executivos se sentaram pelo menos uma vez em uma reunião com o Banco Inter, intermediado pelo SoftBank, seu investidor comum.

Menin expressou otimismo em relação à aceitação do consumidor, dado o que ele descreveu como o gosto dos brasileiros por novas tecnologias. Mas ainda não está claro se os super apps serão tão amplos nas Américas quanto na Ásia, onde muitas pessoas gravitam em um único aplicativo para lidar com as tarefas diárias, de mensagens a mídias sociais e compras.

Muitas dessas plataformas, como o Wechat, da Tencent, e a Alipay, do Alibaba, surgiram como desafiantes aos bancos tradicionais, fornecendo serviços financeiros.

O lançamento do super app significa que – pelo menos no Brasil – o Banco Inter acabará de certa forma concorrendo com o aplicativo de entregas colombiano Rappi, o maior investimento do SoftBank na América Latina, que já oferece uma gama de serviços, incluindo serviços bancários básicos. (Reuters)

Santander investe R$ 1,7 bi em fatia da Ebury

São Paulo – O Santander anunciou ontem o investimento de 400 milhões de euros (cerca de R$ 1,7 bilhão) na fintech britânica Ebury, companhia que usa tecnologia para fazer pagamentos internacionais e de comércio exterior principalmente para pequenas e médias empresas.

Pelo acordo, o banco terá 50,1% de participação na Ebury. Segundo comunicado enviado pelo Santander, do valor total do investimento, cerca de 81 milhões de euros (R$ 360 milhões) se referem às novas ações, dinheiro que será usado pela fintech para ingressar nos mercados da América Latina e Ásia.

Segundo o Santander, a compra de parte da Ebury integra a estratégia digital do banco, que planeja ser o “preferencial para PMEs que mantêm negócios no exterior ou estão interessadas em internacionalizar suas atividades, seja na Europa, nas Américas ou, em breve, na Ásia”.

Nesse segmento, o Santander atende 4 milhões de clientes, que realizam 200 mil negócios internacionais. Sediada no Reino Unido, a Ebury opera em 19 países e com 140 moedas. Nos últimos três anos, segundo o Santander, a fintech cresceu a um ritmo médio anual de 50%.

“O Brasil é um dos mercados com maior potencial de internacionalização de suas empresas de pequeno e médio porte, que tradicionalmente lideram os processos de retomada do crescimento econômico”, afirma Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil e executivo responsável, no Grupo Santander, pelo acompanhamento da atividade de serviços de comércio global, em nota. Ele é o novo presidente do conselho de administração da Ebury.

O banco espera um retorno de 25% do capital investido em 2024.

Digitalização – Na quinta-feira (31), o Itaú Unibanco anunciou a compra da Zup IT, empresa de serviços de tecnologia fundada em Uberlândia, em 2011, em uma iniciativa para acelerar a transformação digital do maior banco privado do País.

O negócio será concluído em três etapas, ao longo de quatro anos. Na primeira fase, o banco comprará 51% do capital da empresa por cerca de R$ 293 milhões e assumirá o controle. A Zup IT oferece soluções tecnológicas que incluem ferramentas de integração de novos desenvolvimentos digitais aos sistemas corporativos legados das empresas.

“Essa aquisição permitirá uma aceleração no desenvolvimento dos projetos de transformação digital e a oferta de novas funcionalidades e de produtos digitais aos clientes do Itaú”, afirmou o banco em comunicado ao mercado.

Atualmente, a Zup tem 900 profissionais de tecnologia em seis filiais. (Folhapress)

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