Finanças

Bancos centrais devem emitir próprios produtos

Bancos centrais devem emitir próprios produtos
Crédito:Dado Ruvic/Reuters

Londres – Um número crescente de bancos centrais tende a emitir suas próprias moedas digitais nos próximos anos, mostrou pesquisa do Banco de Compensações Internacionais (BIS) ontem, à medida que o interesse pela tecnologia esquenta.

Cerca de 20% dos 66 bancos centrais pesquisados ​​pelo BIS disseram que provavelmente vão emitir uma moeda digital nos próximos seis anos, acima dos 10% do ano anterior. Um em cada dez disse que provavelmente o faria nos próximos três anos.

Com o esforço do Facebook para lançar sua criptomoeda libra ampliando o debate sobre quem controlará o dinheiro no futuro, os principais países aceleraram o ritmo de análise das moedas digitais controladas por bancos centrais.

Essas moedas são dinheiro tradicional, mas em formato digital, emitidas e reguladas pelo banco central de um país. Por contraste, criptomoedas como bitcoin são produzidas resolvendo complexos quebra-cabeças de matemática e regidas por comunidades online em vez de um corpo centralizado.

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Cinco bancos centrais, incluindo os de Japão, Grã-Bretanha e zona do euro, disseram, na terça-feira, que estavam unindo forças para analisarem a emissão de moedas digitais próprias. O desafio colocado pela libra provavelmente catalisou a mudança, disse à Reuters um ex-executivo do Banco do Japão.

Antes do lançamento da libra, em junho, os bancos centrais estavam otimistas sobre criptomoedas, principalmente por causa de mercados relativamente pequenos e uso limitado pelo público.

Mas a perspectiva de quase 2,5 bilhões de usuários do Facebook usarem a libra, com lançamento previsto para este ano, alimentou receios sobre o impacto de uma criptomoeda amplamente usada e sem controle de países sobre a política monetária.

Ainda assim, o BIS constatou que apenas 10% dos países desenvolveram projetos-piloto ou começou a analisar questões operacionais ou legais em torno de moedas digitais, sugerindo que a tecnologia permanece um pouco distante da implementação.

Dos bancos centrais pesquisados ​​pelo BIS, cerca de um terço eram de economias avançadas e o restante de países emergentes. (Reuters)

Guedes vê iene e euro em mesmo nível em 30 anos

São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem, em Davos, que, em até 30 anos, a economia global deverá ter cinco ou seis moedas, com o iene se igualando em relevância ao euro, que ganhará força, mas em um processo que não eliminará a dominância do dólar.

“Se você considera a dimensão política e a dimensão econômica, nós teríamos 5, 6 moedas em 20 ou 30 anos”, afirmou Guedes durante participação no painel Desafiando a Dominância do Dólar.

Segundo Guedes, com a consolidação da Europa como economia forte e continental, o euro ganhará espaço nas transações globais e também como reserva de valor. O iene é outra moeda que se tornará continental, disse o ministro, destacando que há atualmente 200 milhões de chineses residindo fora do país.

A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, e o ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, também estavam entre os debatedores.

Guedes frisou que os movimentos de preponderância das moedas no mundo sofrerão o impacto do “choque digital” e que os bancos centrais estão hoje empenhados em sair à frente do setor privado no sistema de blockchain das moedas digitais.

Após a primeira intervenção de Guedes, Gopinath, do FMI, disse considerar “muito pouco provável” o cenário traçado pelo ministro, argumentando que Europa e China ainda precisam percorrer longo caminho antes de terem as condições institucionais, econômicas e políticas para terem papel semelhante ao do dólar na economia global.

Ao retomar a palavra, Guedes frisou que não avalia que a dominância do dólar será eliminada nas próximas décadas. (Reuters)

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