Finanças

BDMG faz captação de R$ 1,3 bilhão para financiamento verde

Recursos serão usados em projetos que apoiarão o powershoring, a sustentabilidade, a eficiência energética e o crescimento sustentável e inclusivo
BDMG faz captação de R$ 1,3 bilhão para financiamento verde
Foto: BDMG Divulgação

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) assinou, nesta terça (10), um contrato para captar cerca de R$ 1,3 bilhão (US$ 220 milhões) com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF). Com este montante, a previsão é que sejam impulsionados projetos estratégicos em Minas Gerais que apoiarão o powershoring, a sustentabilidade, a eficiência energética e o crescimento sustentável e inclusivo, incluindo micro e pequenos negócios e prefeituras.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio, destacou que os recursos fortalecem um dos principais pilares da gestão do governador Romeu Zema: incentivar uma economia responsável, alinhada com o meio ambiente.

“Essa captação histórica vai propiciar uma maior oferta de linhas de crédito a quem gera emprego e renda em Minas e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso do Governo de Minas em tornar o Estado o melhor para se investir hoje no País, baseado em um crescimento econômico verde”, projetou.

Nesta transação em formato A/B loan, o banco da América Latina e Caribe atraiu instituições e fundos internacionais interessados em investir, por consequência, apoiar iniciativas sustentáveis no Estado. Entre os investidores, dois deles iniciaram seus investimentos no Brasil pela primeira vez a partir deste contrato.

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Saiba quais instituições participaram da operação de captação do BDMG

  • Banco Continental,
  • Banco do Brasil,
  • Cargill,
  • Eco.business Fund, 
  • Global Climate Partnership Fund (GCPF)
  • e Responsibility Investments AG.

A parceria representa um marco importante na relação entre as instituições e é o maior volume já captado pelo BDMG. Para o presidente do banco, Gabriel Viégas Neto, a parceria com o CAF segue a estratégia da instituição de diversificação dos fundings.

“Na prática, esses valores serão disponibilizados para os empreendedores mineiros e prefeituras a partir de linhas de crédito. O ganho não é só para os empreendedores, mas para toda a sociedade. Afinal, os investimentos que serão realizados pelos empresários geram mais emprego, renda e, consequentemente, melhoram a qualidade de vida”, reforçou Viégas Neto.

Segundo o presidente executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, “o BDMG é um aliado chave para o CAF no Brasil e, com este novo empréstimo A/B, estamos promovendo investimentos que incentivarão uma economia mais resiliente e sustentável no Estado de Minas Gerais. Este financiamento fortalecerá a capacidade de Minas para enfrentar os desafios climáticos, ao mesmo tempo que apoia o crescimento econômico de longo prazo”, afirmou.

Economia verde e as captações em 2024

O BDMG bateu recorde no volume de captações neste ano, chegando a R$ 2,7 bilhões até novembro. O montante é 94% superior a todo aquele captado ao longo do ano de 2023, quando foi captado R$ 1,4 bilhão.

Ao diversificar as fontes de recursos, o Banco consegue acessar funding cada vez mais aderentes à necessidade dos investidores mineiros e, assim, oferecer crédito em melhores condições, como, por exemplo, prazos maiores, que promova a industrialização verde em Minas Gerais e no Brasil, apoiando ainda mais a sociedade mineira.

A expectativa do BDMG é aplicar os recursos da captação em iniciativas relacionadas à sustentabilidade, como o realizado pela empresa Shimada Agronegócio, de São Gotardo, no Alto Paranaíba, que contratou R$ 24,6 milhões para melhorias do solo a partir de uma agricultura regenerativa.

A empresa produz 49 mil toneladas de cenoura, alho, abacate e beterraba por ano e está aplicando o crédito no modelo de rotação de culturas, com a compra e multiplicação de micro-organismos benéficos, aquisição de sementes, entre outros.

Segundo o gerente administrativo da Shimada Agronegócio, Virmondes Bomtempo Júnior, o negócio se torna mais lucrativo quando se investe na fertilidade do solo.

“O solo é nosso maior ativo e, quando se investe na saúde dele, as lavouras se desenvolvem de maneira mais vigorosa, tornando-se mais resistentes a pragas e doenças. Consequentemente, utilizamos menos defensivos. Optamos por investir na rotação de cultura com braquiária e aplicação de microrganismos benéficos, buscando o equilíbrio biológico do solo. Não estamos perdendo dinheiro, mas investindo para ter competitividade produtiva no longo prazo”, explicou.

A atuação do BDMG para incentivar a economia verde vem sendo reforçada nos últimos anos. Em 2024, até novembro, 52% de todos os créditos liberados pelo Banco estão alinhados a pelo menos um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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