Finanças

Com Igor Eto à frente da Secretaria de Assuntos Municipais, BDMG mira novo recorde em crédito para prefeituras

Área recém-criada pela instituição financeira visa auxiliar na interlocução com as prefeituras em Minas Gerais
Com Igor Eto à frente da Secretaria de Assuntos Municipais, BDMG mira novo recorde em crédito para prefeituras
Igor Eto já atuava como vice-presidente de Relações Institucionais do banco | Foto: Daniel Protzner / ALMG

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) conta agora com uma Secretaria de Assuntos Municipais, voltada para tratar dos desembolsos destinados às cidades mineiras e da interlocução com as prefeituras. O ex-secretário de Estado de Governo e então vice-presidente de Relações Institucionais da instituição financeira, Igor Eto, vai liderar a área.

“Cheguei ao banco em setembro de 2023, já com a ideia de auxiliar na relação com os municípios e, consequentemente, no desenvolvimento do Estado. Já no ano passado apuramos recorde nos empréstimos dessa modalidade, totalizando cerca de R$ 486 milhões junto a mais de 300 cidades mineiras”, cita em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio.

A meta para este exercício é repetir o feito e registrar mais um desembolso histórico. O Edital Municípios 2025, anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo), em fevereiro, já assegura R$ 400 milhões junto ao banco de fomento para esta finalidade. As linhas disponíveis têm foco na infraestrutura das cidades, e incluem financiamentos para pavimentações, construção e reformas em prédios públicos, apoio a cultura e esportes, aquisição de máquinas e equipamentos para a operação municipal, entre outros itens, podem ser viabilizados a partir do crédito. 

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Neste ano, ainda foram incluídas mais duas opções voltadas para fenômenos extremos de inundações e seca. O objetivo é ampliar as oportunidades de financiamento para os gestores municipais e, para isso, as prefeituras poderão receber antecipadamente até 40% do valor licitado junto ao BDMG.

“Existe um teto de empréstimo para os entes públicos, único em todo o País, que acaba limitando bastante a capacidade de atendimento às cidades, por isso, temos que acelerar ao máximo para que os municípios possam acessar esses recursos. Minha atuação na Secretaria também passa por isso, especialmente, num ano marcado por novas gestões”, explica.

As novas lideranças municipais e a taxa básica de juros em níveis históricos são os pontos de atenção para se cumprir o objetivo, avalia Eto. Conforme ele, a extensão territorial por si só não preocupa. “Com as distâncias e as peculiaridades de cada região, já estou acostumado e vim cumprir este papel no BDMG, justamente por isso. O trabalho junto aos novos prefeitos já foi iniciado e estamos estreitando o relacionamento com todos eles, enfatizando que mesmo nesse cenário complexo, ainda é viável tomar crédito. E que o crédito, no caso de uma prefeitura, se traduz em investimento e melhoria para a população”, defende.

Prova disso é que em 2024, um terço dos municípios que fizeram financiamentos junto ao BDMG possui Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média brasileira. Esses, inclusive, possuem condições diferenciadas junto à instituição. Além disso, a maioria dos desembolsos foi destinada a projetos de mobilidade, incluindo a construção de pontes, pavimentação e drenagem. As ações de sustentabilidade também se destacaram, tais como mudanças de iluminação, instalação de placas solares em prédios públicos municipais, e a compra de maquinários e equipamentos.

Por fim, em relação aos chamados “créditos carimbados”, que são aqueles que já vêm dos bancos multilaterais orientados para serem utilizados em projetos sustentáveis, Eto explica que no caso das prefeituras, o que existe é uma pressão social para iniciativas do tipo. No entanto, na prática, a busca por eficiência acaba contemplando esse tipo de ação. Exemplo disso são os investimentos em saneamento e geração de energia limpa.

“Uma metáfora que usamos aqui no BDMG com frequência é que um dos grandes objetivos do banco é construir pontes. Por isso, é tão importante esse trabalho junto às prefeituras. Queremos que os gestores entendam que a instituição pode ser um parceiro no aumento de arrecadação. Financiamos praticamente todos os projetos que uma prefeitura pode e precisa ter e todos eles geram retornos para as cidades”, conclui.

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