BDMG financia ônibus e caminhões elétricos em nova linha de crédito

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) criou uma linha de crédito para financiamento de máquinas e equipamentos voltados à redução de emissões de gases de efeito estufa, como ônibus e caminhões elétricos ou movidos a biocombustível, máquinas para agricultura sustentável, transporte urbano sobre trilhos, entre outros. Chamada Finame Fundo Clima, a linha tem recursos provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O crédito é destinado para empresas de médio e grande porte do Estado e terá taxas entre 9,78% e 12,24% ao ano, com prazo de pagamento de até 12 anos e até dois anos de carência. Um dos pré-requisitos para o financiamento é que os itens adquiridos sejam novos e nacionais.
Além disso, o equipamento – como ônibus elétrico – precisa ser cadastrado no BNDES pelo fabricante e estar habilitado para ser adquirido pela linha do BDMG. “Outro ponto é que as empresas devem estar regulares do ponto de vista ambiental, fiscal e cadastral, tendo em vista que é uma linha originada de recursos públicos”, explica o presidente do banco de desenvolvimento, Gabriel Viégas Neto.
O presidente da instituição financeira afirma já ter demanda para este tipo de financiamento, lançado agora em junho, mês do meio ambiente. “Os primeiros desembolsos ocorrerão tão logo os empreendedores se adaptem para atender as exigências estabelecidas para acessar estes recursos”, declarou. Não há valor previamente definido para a nova linha de crédito. A disponibilidade de recursos será adequada ao limite que o banco estadual tem junto ao BNDES.
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A nova linha do BDMG possibilita o financiamento de ônibus elétrico para transporte público, inclusive escolar, além de equipamentos para infraestrutura de recarga de veículos elétricos. Os aportes também são voltados para itens de produção de hidrogênio verde, geração de energia fotovoltaica, aquecedores solares e luminárias de LED para iluminação pública.
A iniciativa encontra um mercado em franco crescimento em Minas. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por exemplo, vai adquirir 100 ônibus elétricos e planeja substituir 40% da frota de transporte público atual por ônibus elétricos ou movidos a gás biometano até 2030.
Já a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) realiza testes com ônibus elétricos para transporte de funcionários em sua área interna. E no segundo semestre deste ano, a Volkswagen Caminhões e Ônibus inicia a produção de ônibus elétricos no País para disputar o mercado nacional com Mercedes-Benz, Higer e BYD.
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Linha do BDMG para ônibus elétricos visa economia de baixo carbono
Metade dos financiamentos realizados pelo BDMG no primeiro semestre estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Até para ressaltar a preocupação com mudanças climáticas, o banco estatal escolheu lançar a linha Fundo Clima em junho, mês do meio ambiente.
Viégas Neto espera a continuidade do apoio do BDMG a iniciativas para economia de baixo carbono, como a aquisição de ônibus elétricos e veículos sobre trilhos para mobilidade urbana. Ele destacou que o Estado recebeu grande volume de projetos de energia fotovoltaica nos últimos anos, destino de boa parte dos investimentos do setor.
“Esperamos demanda forte. A questão da sustentabilidade já se provou como um tema relevante para as empresas mineiras e temos todo apoio do governo do Estado e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) nesta pauta”, finalizou.
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