Banco do Nordeste do Brasil inicia ano com queda nos desembolsos

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) registrou queda de 19,6% de desembolsos no primeiro quadrimestre se comparado ao mesmo período do ano passado. De acordo com a instituição financeira, foram R$ 189 milhões a menos efetivamente liberados para os clientes, com redução do montante de R$ 961 milhões para R$ 772 milhões.
A retração, de acordo com a superintendente em exercício do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Jeanne Brandão, deve-se ao aumento da inadimplência por parte das empresas no mercado financeiro. “Quando elas possuem alguma restrição com instituições bancárias, Receita Federal ou alguma em geral, impede o desembolso”, ressalta.
Ela explica que a inadimplência advém ainda da dificuldade da recuperação das empresas no pós-pandemia. Dessa forma, o banco tem adotado políticas internas e trabalhado junto a elas para recuperação de crédito. “Há todo um trabalho de orientações e contribuições para que as empresas possam recuperar-se financeiramente e conseguir contratos ou desembolsos”, afirma.
Entre as ações, a superintendente destaca as diversas possibilidades de linhas de crédito específicas e de longo prazo, podendo variar de 12 a 20 anos. Entretanto, os setores que são foco principal da instituição, as microempresas e as pessoas físicas e jurídicas de pequeno porte de um modo geral, não registraram queda. Se somados os desembolsos das micro e pequenas empresas, dos microempreendedores, seja urbano ou rural, os agricultores familiares e a pessoa física, os números são inclusive maiores do que no ano passado. Enquanto em 2023 foram desembolsados cerca de R$ 365 milhões para esse público, em 2024 foram cerca de R$ 599 milhões, no primeiro quadrimestre.
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A alta entre os pequenos empresários também está ligada ao aumento do número de municípios atendidos pelo banco. Desde 2023, 84 cidades a mais estão sendo atendidas, totalizando 249 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo. “Quando um banco chega num novo município a tendência é de alta de desembolsos, é uma transformação na cidade”, ressalta a superintendente.
A queda de desembolsos, de acordo com os números fornecidos pelo banco, se concentra principalmente nas empresas de grande porte. “Elas não são nosso foco principal. O objetivo principal do banco são os pequenos (empresas de pequeno porte), porém, há investimentos na grande indústria quando o impacto regional é alto. Há investimentos em linhas de transmissão, por exemplo, para aumentar a capacidade de produção de energia em municípios que receberam unidades de grandes empresas e/ou indústrias”, aponta Jeanne Brandão.
Além desses fatores, o cronograma dos desembolsos tende a favorecer os dados no segundo semestre, segundo a gestora. No início do ano, as taxas e as regras estão sendo redefinidas e os meses do segundo semestre desempenham melhor. A sazonalidade faz a superintendente acreditar que os desembolsos terão alta na segunda metade do ano.
“O segundo semestre é o período em que as empresas estão se preparando para o fim de ano, é quando acontecem campanhas mais incisivas que demandam mais crédito. Além disso, há a folha de pagamento com férias, 13º salários, é um período que, de acordo com o cronograma, demanda mais crédito”, argumenta.
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