Finanças

Banco do Nordeste do Brasil inicia ano com queda nos desembolsos

Banco atribui a queda registrada no primeiro quadrimestre de 2024 ao aumento da inadimplência das empresas
Banco do Nordeste do Brasil inicia ano com queda nos desembolsos
Jeanne Brandão aponta dificuldades na recuperação de várias empresas no pós-pandemia | Crédito: Divulgação / BNB

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) registrou queda de 19,6% de desembolsos no primeiro quadrimestre se comparado ao mesmo período do ano passado. De acordo com a instituição financeira, foram R$ 189 milhões a menos efetivamente liberados para os clientes, com redução do montante de R$ 961 milhões para R$ 772 milhões.

A retração, de acordo com a superintendente em exercício do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Jeanne Brandão, deve-se ao aumento da inadimplência por parte das empresas no mercado financeiro. “Quando elas possuem alguma restrição com instituições bancárias, Receita Federal ou alguma em geral, impede o desembolso”, ressalta.

Ela explica que a inadimplência advém ainda da dificuldade da recuperação das empresas no pós-pandemia. Dessa forma, o banco tem adotado políticas internas e trabalhado junto a elas para recuperação de crédito. “Há todo um trabalho de orientações e contribuições para que as empresas possam recuperar-se financeiramente e conseguir contratos ou desembolsos”, afirma.

Entre as ações, a superintendente destaca as diversas possibilidades de linhas de crédito específicas e de longo prazo, podendo variar de 12 a 20 anos. Entretanto, os setores que são foco principal da instituição, as microempresas e as pessoas físicas e jurídicas de pequeno porte de um modo geral, não registraram queda. Se somados os desembolsos das micro e pequenas empresas, dos microempreendedores, seja urbano ou rural, os agricultores familiares e a pessoa física, os números são inclusive maiores do que no ano passado. Enquanto em 2023 foram desembolsados cerca de R$ 365 milhões para esse público, em 2024 foram cerca de R$ 599 milhões, no primeiro quadrimestre.

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A alta entre os pequenos empresários também está ligada ao aumento do número de municípios atendidos pelo banco. Desde 2023, 84 cidades a mais estão sendo atendidas, totalizando 249 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo. “Quando um banco chega num novo município a tendência é de alta de desembolsos, é uma transformação na cidade”, ressalta a superintendente.

A queda de desembolsos, de acordo com os números fornecidos pelo banco, se concentra principalmente nas empresas de grande porte. “Elas não são nosso foco principal. O objetivo principal do banco são os pequenos (empresas de pequeno porte), porém, há investimentos na grande indústria quando o impacto regional é alto. Há investimentos em linhas de transmissão, por exemplo, para aumentar a capacidade de produção de energia em municípios que receberam unidades de grandes empresas e/ou indústrias”, aponta Jeanne Brandão.

Além desses fatores, o cronograma dos desembolsos tende a favorecer os dados no segundo semestre, segundo a gestora. No início do ano, as taxas e as regras estão sendo redefinidas e os meses do segundo semestre desempenham melhor. A sazonalidade faz a superintendente acreditar que os desembolsos terão alta na segunda metade do ano. 

“O segundo semestre é o período em que as empresas estão se preparando para o fim de ano, é quando acontecem campanhas mais incisivas que demandam mais crédito. Além disso, há a folha de pagamento com férias, 13º salários, é um período que, de acordo com o cronograma, demanda mais crédito”, argumenta.

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