Bolsa sobe com dados mistos dos EUA

São Paulo – O dólar fechou próximo à estabilidade nesta quinta-feira (10), com leve queda de 0,03%, a R$ 5,584, com investidores repercutindo dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos. Já a Bolsa brasileira fechou em alta de 0,30%, aos 130.352 pontos, com força dos papéis da Petrobras.
Na reunião de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reiniciou o ciclo de apertos na Selic com uma alta de 0,25 ponto percentual, levando-a a 10,75% ao ano.
O comitê deixou os próximos passos em aberto, mas afirmou que as decisões estarão à mercê dos dados econômicos, sobretudo os de inflação.
Na quarta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a 0,44% em setembro, depois de apresentar leve queda (deflação) de 0,02% em agosto.
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O resultado veio abaixo das expectativas de analistas consultados pela Bloomberg, que previam alta de 0,46%. Mas, na base anual, a inflação alcançou 4,42% -próximo ao teto da meta de inflação perseguida pelo BC, cujo centro é de 3%. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais, e a Selic é o principal instrumento do BC para controle de preços.
Ainda que dentro da banda, o dado indica que a inflação está desancorada do centro da meta. Em declarações recentes, dirigentes do Copom afirmaram que o foco das decisões continuará sendo a perseguição do alvo de 3%, e não das margens de tolerância.
Neste cenário, a expectativa dos investidores é que a Selic suba em 0,50 ponto na próxima reunião de política monetária, marcada para novembro.
“A inflação ainda está desconfortável, transitando em um patamar ao redor de 4,5%, e isso deve continuar mantendo a expectativa de que o BC possa acelerar o ritmo de aperto no próximo encontro”, diz Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos.
A perspectiva de uma Selic mais alta fez os juros futuros dispararem na véspera, em movimento que continuou de forma mais moderada nesta sessão.
O contrato para janeiro de 2026 subiu 0,66%, prevendo a taxa em 12,58%. O de janeiro de 2027 avançou 0,84%, a 12,69%, e o de 2028 teve ganhos de 0,66%, a 12,68%. (Reportagem distribuída pela Folhapress)
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