Bolsa de valores deve seguir positiva em março

A bolsa de valores brasileira encerrou fevereiro com alta de 1%, resultado que foi considerado bastante positivo frente a janeiro, quando o índice apresentou o pior resultado dos últimos nove anos. Para março, a posição do mercado ainda é cautelosa, mas há uma tendência de resultados positivos.

Para investidores que têm uma posição mais cautelosa na bolsa de valores, a indicação é que invistam em papéis ligados ao petróleo, minério de ferro, utilities e financeiro.

Há também um viés com preços de papéis na bolsa de valores mais baratos e voltado para os setores domésticos que se beneficiam com a queda dos juros, as small caps, o setor varejista e da construção civil.

Conforme o CEO da iHUB Investimentos, Paulo Cunha, a bolsa de valores brasileira está em um momento positivo, apesar do resultado estar um pouco atrás em termos de desempenho quando se compara com as bolsas americanas e as bolsas globais.

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“Apesar do resultado positivo de fevereiro, a alta foi menor. Houve uma aliviada na curva de juros fora do País por perspectivas melhores quanto à  inflação. Aqui também tivemos dados da inflação que vieram mais positivos do que o esperado. Isso deu uma suavizada na curva de juros”.

Small caps

Ainda segundo Cunha, em um ambiente assim, é interessante investir nas small caps. “As small caps, que são aquelas ações de empresas menores e mais focadas no ambiente doméstico, voltadas para o consumo e construção, são um pouco mais impactadas, principalmente, positivamente, quando a gente tem uma melhora na questão de inflação e de juros. Inclusive, a XP revisou o Ibovespa de 142 mil (pontos) agora para 149 mil no final do ano. Então, isso mostra que a gente pode ver um mês de março mais positivo”, explicou Cunha.

Na avaliação da Genial Investimentos, as ações no Brasil estão sendo negociadas com desconto em relação à sua média histórica, enquanto a performance dos ativos locais encontra-se inferior em comparação aos seus pares globais. Apesar desse cenário menos favorável, a visão é confiante e os analistas apostam no bom desempenho dos ativos brasileiros para 2024, com um destaque especial para as small caps, que representam oportunidades de investimento promissoras no contexto atual.

Março pode ser positivo

Economista especialista em Mercado de Capitais, Ariane Benedito explica que após dois meses muito descorrelacionados, com janeiro registrando a pior queda no Ibovespa dos últimos nove anos e fevereiro com alta de 1%, março pode ser um mês positivo. 

“De fato, a alta de 1% em fevereiro é bem expressiva e benéfica. Diante dos dois meses muito diferentes, para março é esperado que o banco central americano não faça nenhum ajuste na taxa de juros. No Brasil espera-se que o Banco Central continue os seus cortes de 0,50 pontos-base nos juros. Assim, temos uma bolsa de valores mais focada na realização de resultados das empresas. Ao redor do mundo há ainda discussões geopolíticas e questões da China que estão balançando bastante o mercado de commodities, principalmente, o petróleo e o minério de ferro. Iniciamos o mês com o mercado destas commodities em alta e também com reflexos de resultados de indicadores de atividade, que estão resilientes”.

Petróleo e minério são opções mais conservadoras para investir na bolsa de valores

Assim, segundo Ariane, os papéis da Petro, de todo o setor de petróleo e da Vale estão ganhando força. “Os investidores acabam colocando uma posição maior nestas empresas, mas, os próprios pares destas empresas estão se beneficiando. Acredito que até o final do ano, a gente vai ver as essas empresas sendo beneficiadas”.

Quanto aos setores mais promissores para 2024, a posição ainda é mais conservadora. “Acredito que os setores de commodities, utilities e financeiros ainda devem ser as galinhas de ovos de ouro para a carteira dos investidores, porém a tendência é que as ações fiquem mais caras para a entrada”, disse Ariane.

Ainda segundo a especialista, a grande oportunidade de preço para entrada será investir nas empresas mais ligadas ao setor doméstico, de consumo local.

“Vimos em todos os indicadores uma melhora da renda e maior ajuste salarial, isso impacta no consumo. Os setores varejistas, de construção, educação acabam sendo beneficiados. Mas, para montar uma carteira sólida, principalmente, em março há espaço para manter os setores mais conservadores, petróleo e minério de ferro. Eu ficaria, em março, com a Petrobras, Vale e olharia o grupo Pão de Açúcar”.