Finanças

Bradesco avalia aquisições no Brasil

Além de buscar novos ativos, instituição financeira entrará no varejo bancário no México após compra de empresa
Bradesco avalia aquisições no Brasil
Octavio de Lazari afirmou que os bancos digitais do Bradesco ainda não são lucrativos | Crédito: REUTERS/Carla Carniel

São Paulo – O Banco Bradesco está procurando novas aquisições no Brasil, especialmente na área de saúde, afirmou seu presidente-executivo, Octavio de Lazari, após recente compra de uma empresa financeira no México que permitirá sua entrada no varejo bancário no País.

Em uma entrevista na sede do banco em Osasco (SP), Lazari disse que a Bradesco Seguros está procurando investimentos em hospitais ou aquisições de empresas de saúde para competir com rivais que hoje oferecem planos e também são donos de redes de hospitais. A Rede D’Or anunciou em fevereiro a compra da seguradora SulAmérica.

A seguradora do segundo maior banco privado brasileiro tem uma das maiores operações de planos de saúde do País, com 4 milhões de beneficiários. A propriedade de hospitais e clínicas ajudaria o negócio a lidar com a inflação médica.

Perguntado sobre potencialmente retomar conversas para compra da Amil com o grupo americano UnitedHealth, depois de negociações que não avançaram no início do ano, Lazari disse que isso dependeria “mais do que eles (UnitedHealth) querem fazer”. Mas afirmou que “as portas do Bradesco estão abertas”, sinalizando a continuidade do interesse na operação.

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Lazari disse que a queda das bolsas facilita potenciais negócios na área de saúde, reduzindo múltiplos e preços que estavam “proibitivos”, segundo ele.

O banco não quer esperar apenas por aquisições, e pretende construir seus próprios hospitais, utilizando imóveis anteriormente ocupados por agências bancárias.

O primeiro está sendo feito em parceria com o Hospital Albert Einstein. O banco avalia potenciais parcerias com outros operadores de hospitais de primeira linha, como Sírio Libanês e Beneficência Portuguesa, segundo Lazari.

México

O México será o primeiro país no exterior onde o Bradesco terá varejo bancário, depois da aquisição anunciada neste mês da empresa de pagamentos Ictineo Plataforma, que permitirá a abertura de um banco digital.

Lazari afirmou que o mercado mexicano tem muito espaço para crescimento, com cerca de 40% da população sem acesso a serviços bancários.

“É um mercado similar ao que era o brasileiro há cinco ou dez anos,” afirmou.

O Bradesco tem uma operação de cartões de crédito de lojas (private label) no país há 12 anos e hoje tem 3 milhões de clientes. A operação é lucrativa, mas pequena, gerando lucro anual de R$ 150 milhões.

O novo banco digital, ainda sem nome, começará a oferecer contas digitais para esses clientes já conhecidos pelo banco e depois expandirá para empréstimos consignados e imobiliários.

O banco digital no exterior é uma mudança drástica em relação à ênfase tradicional do Bradesco de ser um banco com grande presença física no Brasil.

Depois de fechar cerca de 1.500 agências nos últimos três anos, Lazari acredita que o número atual de 3.500 pontos de venda é adequado.

Agora o banco trabalha para reduzir o tamanho médio das agências de até dois mil metros quadrados para cerca de 400 metros quadrados, em média. Os imóveis liberados pela política são alocados para novos projetos como os hospitais e até prédios residenciais.

O Bradesco possui três diferentes bancos digitais no Brasil: Next, com 14 milhões de clientes, Digio, com 4 milhões, e Bitz, com 8 milhões. Todo grupo Bradesco adiciona cerca de 4 milhões de contas anualmente.

A chave para monetização dos bancos digitais, que usualmente não cobram tarifas por conta da concorrência, é oferecer crédito e outros produtos como seguros, disse Lazari, que acrescentou que os bancos digitais do Bradesco ainda não são lucrativos.

BB quer níveis mais altos de rentabilidade

São Paulo – O Banco do Brasil sinalizou ontem que vai perseguir níveis ainda maiores de rentabilidade, uma vez que tenta concorrer mais frontalmente com seus rivais privados.

“O BB deve buscar um patamar de rentabilidade mais arrojado, disse o presidente-executivo da instituição financeira, Fausto Ribeiro, durante o encontro anual de executivos do banco com investidores e analistas.

O banco controlado pelo governo federal teve lucro recorrente de abril a junho de R$ 7,8 bilhões, alta de 54,8% ante mesma etapa de 2021 e bem acima da previsão média de analistas, de R$ 6,48 bilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 20,6%, alta de 6,1 pontos percentuais sobre um ano antes.

Enquanto isso, o índice no período foi de 20,8% para o Itaú Unibanco, de 18,1% para o Bradesco e de 20,8% para o Santander Brasil.

Segundo executivos do BB, a evolução da rentabilidade deve ter como alicerces fatores como a combinação de níveis crescentes de margem líquida nas operações de crédito com crescimento controlado da inadimplência nos próximos trimestres.

No segundo trimestre, o controle do índice de atrasos acima de 90 dias fez as despesas do BB com provisões para perdas esperadas com calotes ficarem praticamente estáveis, enquanto Bradesco, Itaú e Santander expandiram suas reservas em 52,5%, 60,6% e 24,6%, respectivamente.

“Nossa carteira de crédito está limpa dos efeitos da pandemia”, disse no encontro o vice-presidente de finanças do BB, José Ricardo Forni. Ele se referiu aos efeitos da crise desencadeada pela Covid-19 que provocaram elevados níveis de renegociação de empréstimos com pessoas e empresas. (Reuters)

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