Finanças

Brasil vai atingir 59 milhões de investidores

Proporção das pessoas que buscam aplicar recursos passará de 37% para 39% da população em 2025, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira (29)
Brasil vai atingir 59 milhões de investidores
Sudeste é a região do Brasil com o maior número de investidores, segundo a Anbima | Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

São Paulo – O número de brasileiros que investem em produtos financeiros no Brasil deve crescer em 4 milhões em 2025, passando de 37% para 39% da população, segundo o Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha. O montante equivale a 59 milhões de investidores. E o meio preferido para investir é o aplicativo do banco, que passou de 45% para 49% em 2024.

Nesta oitava edição da pesquisa, as entrevistas aconteceram entre os dias 4 e 22 de novembro de 2024, em abordagem pessoal com 5.846 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do País. A margem de erro da pesquisa é de um ponto porcentual, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

A projeção para novos investidores considera que do contingente de 101 milhões de indivíduos que ainda não são investidores, 18 milhões têm a intenção de mudar esse status em 2025, além de um grupo de 14 milhões que cogitam deixar de aplicar o dinheiro ao longo deste ano.

Em 2024, o número de investidores se manteve estável, mas poderia ter sido maior, segundo o levantamento. Dos 33% (53 milhões de pessoas) da população que dizem ter economizado dinheiro, menos da metade (39%) aplicou os recursos em produtos financeiros.

Outro número interessante revelado pela pesquisa é que cerca de 32 milhões de pessoas ficaram de fora do mercado financeiro mesmo com reserva disponível. E no ano passado o número de pessoas que conseguiu economizar cresceu em 5 milhões.

Sudeste

Por região, o maior grupo de investidores se concentra no Sudeste (43%), seguido pelo Nordeste (26%), Sul (15%), Norte (8%) e Centro-Oeste (8%). No critério por gênero, as mulheres se mostraram mais previdentes, representando 51,5% desse público.

No perfil por classe social, a classe C se destacou representando 47% dos investidores, seguida pela classe D/E (29%) e A/B (24%).

Segundo a pesquisa, entre as pessoas que pretendem investir ou continuar investindo, a principal razão mencionada é o retorno que os produtos financeiros podem proporcionar (33%), motivação que lidera a preferência desde o primeiro ano da pesquisa.

A segurança foi citada por 23% e, na terceira posição, está a facilidade de investir, com 14%. De 2023 para 2024, o grupo que busca montar uma reserva financeira cresceu, passando de 6% para 9%.

Este ano, os dados da pesquisa possibilitaram categorizar a população em quatro categorias: caderneta (10%), diversifica (17%), economiza e não investe (12%) e o maior deles, o sem reserva (52%).

Os mais experientes em investir reconhecem no retorno dos produtos financeiros uma proteção para o seu patrimônio. “Esse é um fator que está diretamente relacionado à sensação de segurança que os investimentos podem proporcionar. As duas motivações mais citadas pelas pessoas para aplicar o dinheiro, podem ser consideradas, portanto, complementares”, diz Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima.

2024

A edição anterior do Raio X do Investidor, com resultados de 2023, projetava crescimento de quatro pontos porcentuais no total de investidores em 2024. O resultado, porém, se manteve em 37% a proporção da população que tem algum tipo de investimento financeiro.

“O cenário macroeconômico, com a trajetória de alta de juros no País e o elevado o custo das dívidas das famílias, é uma possível justificativa para a estabilidade no porcentual de investidores entre 2023 e 2024. Esse contexto costuma influenciar diretamente a capacidade de guardar dinheiro e investir, tornando ainda mais relevantes as ações de educação com foco no planejamento financeiro”, conclui Billi.

Reportagem distribuída pela Estadão Conteúdo

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