Finanças

BTG Pactual tem lucro líquido ajustado recorde no 2º trimestre

Apesar do crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, com resultado apurado de R$ 2,9 bilhões, a rentabilidade apresentou uma queda
BTG Pactual tem lucro líquido ajustado recorde no 2º trimestre
O portfólio de crédito do BTG Pactual chegou a R$ 194,8 bilhões de abril a junho, um crescimento de 27%, com a carteira de financiamento de pequenas e médias empresas atingindo R$ 23,4 bilhões | Crédito: Amanda Perobelli / Reuters

São Paulo – O BTG Pactual registrou lucro líquido ajustado recorde de R$ 2,9 bilhões no segundo trimestre deste ano, um avanço de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, com expansão de receitas, mas recuo na rentabilidade.

O retorno sobre o patrimônio anualizado (Roae) ficou em 22,5% ante 22,7% no mesmo período de 2023 e 22,8% no primeiro trimestre do ano, de acordo com os dados divulgados pelo maior banco de investimentos da América Latina na quarta-feira (14).

No fechamento do segundo trimestre, o BTG registrou uma captação líquida de R$ 56 bilhões e ultrapassou a marca de R$ 1,7 trilhão de ativos sob gestão e administração, acréscimo de 23% na comparação com igual intervalo de 2023.

A receita total avançou para o recorde de R$ 5,99 bilhões, com aumento de 10% na comparação ano a ano.

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A divisão de banco de investimento fechou o trimestre com receitas de R$ 557,7 milhões, com expansão de 82% na comparação anual, com forte contribuição da área de operações no mercado de dívida (DCM), que teve o segundo melhor trimestre da história.

A receita no segmento de crédito corporativo e bancário subiu 20%, para o recorde de R$ 1,5 bilhão. O portfólio de crédito atingiu R$ 194,8 bilhões, avanço de 27%, com a carteira de crédito de pequenas e médias empresas somando R$ 23,4 bilhões.

A área de sales and trading registrou R$ 1,388 bilhão de receitas, uma queda de 26%. O value at risk (VaR, um indicador de risco que estima a perda potencial máxima de um investimento para um período de tempo) no período foi de 0,21%, segundo menor nível da história do banco, dado o cenário desafiador.

Na asset management, houve avanço de 27% nas receitas, para R$ 548 milhões, enquanto o total de ativos sob gestão e administração (AuM e AuA) somou R$ 920 bilhões no segundo trimestre, uma alta de 20%.

“Apesar do ambiente desafiador, com altas taxas de juros por um período mais longo, a área registrou forte captação líquida (NNM) de R$ 28 bilhões no período, comprovando a robustez do negócio”, afirmou o BTG no material de divulgação do balanço.

A unidade de wealth management and personal banking bateu recorde de receitas para o trimestre, de R$ 928 milhões, um aumento de 28%. Os ativos sob gestão aumentaram 27%, para R$ 799 bilhões, com captação líquida no período de R$ 28 bilhões.

Analistas do Citi avaliaram que o BTG teve um desempenho sólido, “entregando lucros sólidos em meio a um ambiente desafiador”. Eles também afirmaram ter gostado da melhoria subjacente nas principais unidades de negócios.

“O ajuste no apetite ao risco, refletido no VaR diário mais baixo, reflete o cenário ainda desafiador para ativos financeiros e fala bem da adaptabilidade do BTG”, acrescentaram Gabriel Gusan e equipe em nota a clientes.

Aposta em segundo semestre melhor

O BTG Pactual espera melhora na linha de “sales and trading” no segundo semestre, afirmou na quarta-feira (14) o presidente do banco, Roberto Sallouti, após uma queda de 18% na receita dessa área na primeira metade do ano.

“Nós estamos bastante confiantes que o segundo semestre vai ser melhor do que o primeiro semestre”, disse o executivo em teleconferência com analistas após divulgar balanço do segundo trimestre com lucro líquido ajustado recorde de R$ 2,9 bilhões. “Nós achamos que será um segundo semestre mais forte”, reforçou.

No segundo trimestre, as receitas ajustadas da linha de sales & trading, que considera operações de corretora e tesouraria, caíram 26% ano a ano, para R$ 1,388 bilhão. Ante o primeiro trimestre, subiu 1%.

O diretor financeiro do BTG, Renato Hermann Cohn, também afirmou que acha “razoável dizer que o BTG vai ter um crescimento de mais de 20% até o final do ano” em corporate lending. No primeiro semestre, a receita nessa área aumentou 20%.

Os executivos do BTG afirmaram estar confiantes de atingirem a previsão de retorno sobre o patrimônio (Roae) no fim do ano acima do patamar apurado no encerramento de 2023, de 22,7%, mesmo após uma ligeira queda no segundo trimestre.

“Dentro do cenário que a gente vê atualmente ou mesmo de um cenário um pouco mais desafiador, a gente acha que entrega o nosso guidance”, disse Cohn.

No segundo trimestre, o Roae ficou em 22,5%, de 22,7% um ano antes e 22,8% no primeiro trimestre.

Falando sobre expectativas para o mercado de capitais, principalmente de ações, Cohn disse que o cenário atual é Federal Reserve começar o processo de queda de juros nos Estados Unidos, o que tende a ser benigno para mercados emergentes.

Reportagem distribuída pela Reuters

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