Finanças

Caixa registra queda de 14,2% no lucro líquido no 3º trimestre

Caixa registra queda de 14,2% no lucro líquido no 3º trimestre
Carteira de crédito ampla da instituição também teve retração no período, puxada por concessões para pessoas jurídicas e crédito rural - Crédito: Charles Silva Duarte Usada em 29-08-19

São Paulo – O lucro líquido recorrente da Caixa encolheu 14,2% no terceiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2018. Fechou o intervalo em R$ 4,2 bilhões. Se for considerada uma venda de R$ 6,9 bilhões de títulos públicos federais com rentabilidade atrelada à inflação (os chamados NTN-Bs), porém, o lucro contábil do banco público subiu 66,7% na mesma comparação, indo para R$ 8 bilhões.

Os títulos, de acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ficaram disponíveis para a venda a partir do pré-pagamento de parte do IHCD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida) que a Caixa adquiriu entre 2007 e 2013, no governo Dilma. No total, a Caixa tinha cerca de R$ 40 bilhões a devolver.

O IHCD foi adotado para permitir que o banco conseguisse aumentar sua oferta de crédito sem precisar de recursos da União, o seu controlador.

“Esses títulos serviam como hedge (proteção) e, conforme fomos pagando o IHCD, conseguimos vender essa nossa posição e aproveitando, também, as quedas nas taxas de juros”, explica Guimarães.

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Ainda segundo o presidente do banco público, parte dessa dívida do IHCD foi paga com os ganhos extraordinários vindos da venda de ações da Petrobras, realizada em junho. “E ainda tem muito por vir, com a abertura de capital das nossas subsidiárias de cartões e seguros, que vão trazer resultados multibilionários para a Caixa, e que também serão usados para pagar essa dívida. O IPO de seguros deve vir antes, mas o de cartões também está encaminhado”, acrescentou.

A carteira de crédito ampla do banco público, por outro lado, apresentou uma nova retração no período, de 1,5%, para R$ 683,2 bilhões. A queda foi puxada pelas concessões para pessoas jurídicas e crédito rural. De acordo com Guimarães, a carteira ainda deve continuar caindo ao longo dos próximos trimestres.

“Nós não vamos mais capitalizar grandes empresas, então é essencial dizer que essa queda na carteira continuará acontecendo e veio para ficar. Só vamos financiar grandes companhias em segmentos muito específicos e apenas no longo prazo. Mas é importante dizer que nós tínhamos uma carteira muito grande e que a não renovação desses grandes volumes terá impacto por um tempo”, afirmou o presidente da Caixa.

Habitação – O crédito para habitação, carro-chefe do banco público, registrou uma alta de 3,6%, percentual bem abaixo de seus pares privados, que apresentaram crescimentos superiores a 8%. Segundo Guimarães, o foco do banco continuará sendo nos financiamentos imobiliários, mas também abrangerá concessões voltadas para infraestrutura e microcrédito. As concessões para infraestrutura encolheram 1,7% no período, para R$ R$ 81,7 bilhões.

Ele afirmou que o banco está realizando uma série de discussões societárias para tratar sobre como o microcrédito será ofertado à população e sinalizou, sem dar mais detalhes, de que a modalidade deve ser oferecida em parceria com uma terceira e não mais nas agências bancárias.

“Mas é importante ressaltar que microcrédito não será resolvido em seis meses. Temos questões imediatas e mais prioritárias, como a venda de ativos, os ajustes no balanço e as discussões de reduções de juros. É algo no prazo de 10 anos”, disse.

PDVs – No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, as despesas administrativas da Caixa somaram R$ 24,3 bilhões, uma evolução de 3,4% em relação a igual período de 2018. A alta, de acordo com o presidente do banco, reflete o aumento de gastos com PDVs (Programas de Demissão Voluntária). Só nos últimos dois anos, a Caixa abriu quatro desses programas: o mais recente foi no final de outubro, voltado para 1.000 funcionários.

Segundo Guimarães, ainda há a demanda de funcionários para a abertura de um novo PDV em 2020, que alcançará até 2.000 pessoas. “A demanda existe, mas ainda preciso da autorização da Sest (Coordenação e Governança de Empresas Estatais) para saber quais serão as regras do PDV. É uma discussão para o ano que vem”, reiterou.

Os resultados extraordinários também foram responsáveis pelo aumento de 47,6% na margem financeira do banco público no terceiro trimestre em relação a igual período de 2018, para R$ 19 bilhões.

A receita com prestação de serviços do banco teve redução de 1,8% na comparação anual. As despesas com provisões (o montante passado a prejuízo) subiu 7,4%, no trimestre, para R$ 2,9 bilhões. A inadimplência da carteira total caiu 0,06 ponto percentual, para 3,38%. (Folhapress)

Banco reduz pela metade taxa do cheque especial

São Paulo – A Caixa Econômica Federal cortou pela metade a taxa de juro do cheque especial, em um momento em que Banco Central (BC) e governo vêm pressionando os grandes bancos brasileiros a repassar a queda da Selic para consumidores. A taxa foi reduzida de 9,99% para 4,99%, segundo comunicado divulgado pelo banco ontem. Na média, segundo dados do BC, o juro do cheque especial do banco era de 9,41% na semana encerrada em 29 de outubro.

Os 9,99% já eram mais baixos que a taxa média cobrada pelos bancos privados e fizeram parte de uma primeira rodada do banco público de corte de juros cobrados de seus clientes. A taxa média do cheque especial é de 12,4% ao mês, a mais cara do sistema financeiro. Já a Selic está em 5% ao ano, o menor patamar da história.

O custo do cheque especial pouco se mexeu desde que a taxa básica de juros entrou em queda.

Os bancos chegaram a lançar uma iniciativa de autorregulação em que ofereceriam um crédito alternativo para que o cliente pudesse trocar o cheque especial por um mais barato. Foi uma medida para evitar que a regulação fosse imposta, como ocorreu no limite de uso do rotativo do cartão de crédito.

Ainda assim a inadimplência voltou a subir: estava em 15,6% em setembro, só menor que a do rotativo do cartão de crédito (36,1%). Para tentar reduzir a taxa de juros da linha, o Banco Central estuda permitir que os bancos cobrem tarifa para que o cliente tenha acesso ao cheque especial, o que hoje é proibido.

Os bancos alegam que essa medida ajudaria a reduzir o custo da linha, porque, atualmente, os clientes têm crédito disponível e não necessariamente pagam juros por esse valor. Isso significa que o dinheiro separado do banco não é remunerado. A medida faria com que toda a parcela destinada à linha servisse para remunerar instituições financeiras. (Folhapress)

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