Carteira de crédito deve crescer 13,8% em 2023

A carteira de crédito em dezembro deverá registrar alta de 1%, a 11ª elevação consecutiva de 2022, e com isso o resultado do saldo total no ano passado poderá registrar crescimento de 13,8%. Em 2022, o avanço da carteira será novamente liderado pelo crédito às pessoas físicas, que deverá registrar expansão de 17,6%. A carteira para pessoas jurídicas também deve mostrar resultado relevante no ano, com alta de 8,5%.
É o que revela a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central. As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do País.
“Nossa pesquisa mostra que teremos o terceiro ano de expressivo crescimento na concessão de crédito para as famílias e empresas, após as altas de 15,6% e 16,3% em 2020 e 2021, respectivamente. Cumprimos o nosso papel de irrigar a economia com expansão da carteira em patamar bastante elevado, acima de dois dígitos, em um ano desafiador, com condições financeiras mais restritivas”, avalia o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
“Entretanto, nos últimos meses de 2022, o ritmo de crescimento anual da carteira tem perdido ímpeto e deveremos ter uma menor expansão do crédito em 2023, devido a um cenário externo ruim com inflação elevada, juros altos e atividade econômica em desaceleração. Em outra pesquisa divulgada recentemente pela Febraban, os bancos estimaram avanço de 8,2% da carteira neste ano, que ainda será expressivo”, acrescenta Sidney.
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Em relação às concessões, o volume de 2022 deverá ser 19,7% superior ao concedido no ano anterior. O resultado sinaliza que a injeção de crédito na economia se manteve expressiva, mesmo com a alta da Selic e o aumento da inadimplência.
No ano, o forte crescimento é visto tanto nas operações livres (+19,7%) quanto nas direcionadas (+20,3%). A pesquisa mostra que as operações direcionadas ganharam tração no final do ano com a nova rodada de programas públicos. Já as operações livres têm mostrado algum arrefecimento, em linha com a perda de ímpeto da atividade econômica. Ainda assim, apresentam resultados expressivos, especialmente nas concessões com recursos livres às famílias, cujo volume se encontra na máxima histórica.
Dezembro – No último mês de 2022, a alta da carteira de crédito deve ser disseminada entre recursos e segmentos, com destaque para o crédito às empresas (+1,3%), em especial a carteira com recursos livres (+1,4%), beneficiada pelas compras no final de ano. Já a estimativa para a carteira direcionada é de alta de 1,1%.
No crédito às famílias (+0,8%), a carteira direcionada deve crescer 1,5% em dezembro, impulsionada pelo crédito rural, enquanto a carteira livre deve mostrar expansão mais modesta, de 0,3%, refletindo a acomodação do consumo e a redução típica do saldo em linhas rotativas nesta época do ano, devido ao recebimento do 13º salário pelos trabalhadores.
As concessões de crédito devem crescer 3,5% em dezembro. O resultado sinaliza que a injeção de crédito na economia se manteve expressiva, a despeito do aperto das condições financeiras (alta da Selic) e aumento da inadimplência.
O resultado deve ficar abaixo da média histórica do período (que é tipicamente positivo em função dos eventos de final de ano) e com variação mensal negativa quando ajustada por dias úteis (-5,9%), diante da acomodação da atividade econômica, elevada taxa Selic e inflação ainda pressionada.
O Banco Central divulgará a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito em 27 de janeiro.
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