Finanças

Carteira total de crédito deve expandir 8,1% neste exercício

Carteira total de crédito deve expandir 8,1% neste exercício
Crescimento está ligado à perspectiva de recuperação da atividade econômica no segundo semestre com o avanço da vacinação | Crédito: Divulgação

Os bancos continuam elevando a perspectiva de crescimento da carteira total de crédito em 2021, que deve ter incremento de 8,1% em relação ao ano anterior, impulsionada, principalmente, pelas linhas com recursos livres, que devem crescer 10,0% no ano. É o que aponta a última edição da Pesquisa Federação Nacional dos Bancos (Febraban) de Economia Bancária e Expectativas.

O levantamento apresenta uma avaliação mais positiva do cenário pela segunda vez consecutiva, com revisão para cima das projeções para o crédito em 2021 na comparação com as expectativas registradas nas edições da pesquisa realizadas em fevereiro (7,3%) e dezembro do ano passado (7,0%).

Para o economista-chefe da Febraban Rubens Sardenberg, as expectativas mais positivas podem ser explicadas, em parte, pelos bons resultados apresentados pela economia no começo do ano, em especial no primeiro bimestre. Além disso, a perspectiva de recuperação da atividade no segundo semestre, com o avanço esperado da vacinação e a reabertura da economia, compõe esse cenário futuro.

“Apesar do recrudescimento da pandemia e piora da atividade no curto prazo, o avanço do processo de vacinação, mesmo sendo mais lento que o desejado, deixa um viés positivo para a segunda metade do ano. Além disso, o processo de recomposição de estoques na indústria e a recuperação econômica global mais forte que a esperada, também são fatores que mantém um relativo otimismo para 2021”, diz Sardenberg.

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A pesquisa é feita a cada 45 dias com instituições financeiras, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O levantamento, realizado entre os dias 24 e 30 de março, reuniu as percepções de 19 bancos sobre a última ata do Copom e as projeções para o desempenho do mercado de crédito para o ano corrente e o próximo.

Apesar da revisão para cima do crescimento da carteira de crédito, as expectativas para a evolução da atividade econômica se mantiveram estáveis. Assim como no levantamento feito em fevereiro, a maior parte dos analistas ouvidos (66,7%) acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 deve crescer entre 3% e 3,5%.

A melhora na projeção de crescimento para a carteira total se apoia, principalmente, na expectativa mais positiva para as linhas com recursos livres, cuja expansão prevista subiu de 9,9%, na pesquisa de fevereiro, para 10%. A revisão para cima é resultado, especialmente do desempenho esperado para o crédito PF que foi de +10% (fevereiro) para +10,5%. O crédito Livre PJ deve crescer 9,3% no ano, mesma projeção captada na última edição da pesquisa.

A avaliação do cenário para a carteira de crédito com recursos direcionados também está mais positiva: a expansão prevista subiu de 3,7% (na pesquisa de fevereiro) para 4,1%.

O levantamento também mostra melhora nas expectativas para 2022. A expansão esperada para a carteira total é de 7,3%, levemente superior aos 6,9% registrados na edição de fevereiro. De forma similar a este exercício, a expectativa é que o crescimento da carteira seja impulsionado pelas linhas com recursos livres (9,1%).

Inadimplência Houve melhora também na projeção para a taxa de inadimplência para o crédito livre, que recuou de 3,7% para 3,4%. “A inadimplência da carteira livre fechou 2020 em 2,9%, menor nível da série histórica. A projeção de 3,4%, apesar de representar uma elevação, ainda está abaixo dos 3,7% registrados no fim de 2019. Isso mostra que a atuação dos bancos para renegociar dívidas foi bem sucedida e impediu o agravamento da crise decorrente da pandemia”, explica Sardenberg.

Selic As expectativas para a condução da política monetária mudaram de forma significativa em relação ao levantamento feito em fevereiro. A mediana das respostas aponta que a Selic deve terminar 2021 em 5,25% ao ano. Na última pesquisa, o teto das projeções para a taxa básica de juros era 4,5% a.a.. Já nesta edição, todos os respondentes apontaram valores acima deste percentual.

A trajetória esperada para a Selic aponta alta de 0,75 pp na reunião de maio, seguida de três aumentos de 0,50 pp. O ritmo de alta desaceleraria em outubro, quando a taxa subiria 0,25 pp, fechando o ano em 5,25% a.a..

“Apesar da surpresa com o aumento mais intenso que o esperado da Selic e a indicação de outra alta de 0,75 pp na próxima reunião do Copom, em 4 e 5 de maio, avaliamos que a decisão foi adequada. Especialmente se levarmos em conta a aceleração da inflação e o risco de desancoragem das expectativas para 2022”, conclui. (Com informações da Febraban)

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