Finanças

Catas Altas lidera o ranking nacional do PIB per capita

Com uma população estimada, pelo IBGE, em 5.465 habitantes, o município registrou PIB de R$ 920.833,97
Catas Altas lidera o ranking nacional do PIB per capita
Crédito: Iepha-MG/ Reprodução Site

Rio – Municípios de menor porte e com a indústria extrativa como principal atividade econômica lideram o ranking do Produto Interno Bruto (PIB) per capita no Brasil, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O PIB per capita é calculado a partir da divisão do PIB pelo número de habitantes de um local. Ou seja, o indicador mede quanto da riqueza produzida caberia a cada pessoa se todas recebessem quantias iguais – o Brasil, contudo, é reconhecido pela desigualdade na distribuição de renda.

Em 2021, o município de Catas Altas (a 119 km de Belo Horizonte), em Minas Gerais, registrou o maior PIB per capita do País (R$ 920.833,97).

Com uma população estimada em 5.465 habitantes à época, a cidade tinha na extração de minério de ferro a principal atividade econômica, diz o IBGE.

Esse segmento também foi o destaque na economia de Canaã dos Carajás (a 779 km de Belém), no Pará, e São Gonçalo do Rio Abaixo (a 89 km de Belo Horizonte), em Minas Gerais.

Os dois municípios ocuparam a segunda e a terceira posições do ranking em 2021 – R$ 894.806,28 e R$ 684.168,71, respectivamente.

No levantamento anterior, referente a 2020, Canaã dos Carajás tinha o maior PIB per capita do Brasil. Catas Altas, que assumiu a liderança em 2021, estava no 25º lugar.

“Como o PIB per capita representa a divisão do PIB pela população, se o município tem uma indústria muito grande e não é tão dinâmico em termos de população, isso contribui para que figure na lista”, afirma o analista da pesquisa do IBGE, Luiz Antonio de Sá.

Segundo o instituto, a extração de minério ou de petróleo era a principal atividade econômica nas oito cidades com os maiores valores de PIB per capita do País em 2021.

A nona posição do ranking foi ocupada pelo município paulista de Paulínia (a 121 km de São Paulo), onde a indústria de transformação era o grande destaque graças ao impulso do refino de petróleo. A cidade abriga refinaria da Petrobras.

Campos de Júlio (a 565 km de Cuiabá), em Mato Grosso, ficou na décima posição do ranking do PIB per capita em 2021. A agricultura era a principal atividade econômica local, com destaque para as culturas de soja e algodão.

No ano retrasado, os dez municípios com os maiores valores de PIB per capita somavam 2,8% do PIB nacional e apenas 0,2% da população brasileira, diz o IBGE.

À época, o País convivia com a pandemia de Covid-19. Durante a crise sanitária, a demanda por commodities manteve-se aquecida no mercado internacional, o que beneficiou a produção e os preços nas atividades extrativas e agrícolas.

Municípios do Maranhão, por outro lado, registram os menores valores do PIB per capita no Brasil. Em 2021, os mais baixos foram verificados em Santana do Maranhão (R$ 5.407,66), Primeira Cruz (R$ 5.732,25) e Matões do Norte (R$ 5.737,04). Nos três municípios, a atividade econômica predominante era a administração pública.

Centros urbanos perdem participação, aponta IBGE

Considerando o PIB, os dados do IBGE sinalizam, mais uma vez, que parte da atividade econômica migrou dos grandes centros urbanos para outras localidades, apesar de a produção ainda estar mais concentrada nos municípios maiores.

Em 2021, a participação das capitais no PIB brasileiro caiu a 27,6%, a menor da série histórica. O percentual era de 29,7% em 2020. No começo da série, em 2002, as capitais respondiam por 36,1% do indicador.

Já a participação dos municípios que não são capitais subiu a 72,4% em 2021. A parcela desse grupo era de 70,3% em 2020 e de 63,9% em 2002.

Segundo o IBGE, os 25 municípios com maior PIB somaram o equivalente a 33% do indicador brasileiro, em preços correntes, em 2021. A participação do grupo era maior no início da série (39,6%), em 2002.

A capital paulista voltou a perder espaço, mas segue com folga no posto de maior economia do Brasil.

Em 2021, a cidade de São Paulo respondeu por 9,2% do PIB do País. Na comparação com 2020 (9,8%), a participação do município encolheu 0,6 ponto percentual, a maior perda entre os municípios.

A cidade do Rio de Janeiro, por sua vez, concentrou 4% do PIB nacional em 2021, a segunda maior participação. A parcela relativa à capital fluminense, contudo, diminuiu em 0,4 ponto percentual frente a 2020 (4,4%). Trata-se da segunda maior perda entre os municípios.

Maricá, também no estado do Rio (a 61 km da capital), registrou o maior ganho de participação no PIB do país (0,5 ponto percentual). O município concentrou quase 1% do indicador nacional em 2021, o dobro de 2020 (0,5%). O IBGE associou o resultado local à extração de petróleo e gás. (Leonardo Vieceli)

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