Finanças

Vendas de consórcios sobem em Minas e no Brasil

Sistema chegou a R$ 201,6 bilhões de negócios realizados em todo o País entre janeiro e julho
Vendas de consórcios sobem em Minas e no Brasil
Nos sete primeiros meses deste ano, o sistema nacional de consórcios registrou a adesão de 1 milhão de cotas de veículos leves | Crédito: Diário do Comércio / Arquivo/ Charles Silva Duarte

A estabilidade da inflação e os baixos índices de desemprego estão favorecendo a venda de consórcios em Minas Gerais e no Brasil. Nos sete primeiros meses do ano, o sistema atingiu R$ 201,6 bilhões em negócios realizados em todo o País, registrando alta de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando alcançou R$ 178 bilhões.

As vendas acumularam 2,5 milhões de cotas nos sete meses de 2024, aumento de 4,2% sobre as 2,4 milhões comercializadas nos mesmos meses de 2023.

O total de adesões foram resultados da soma de:

* 1 milhão em veículos leves;

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* 764 mil em motocicletas; 

* 503 mil em imóveis; 

* 133 mil em veículos pesados, 

* 54,6 mil em eletroeletrônicos;

* e 30,6 mil em serviços.

Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), de janeiro de 2022, quando somou 8,21 milhões de participantes ativos, até julho de 2024, quando chegou a 10,7 milhões, o consórcio completou 31 meses consecutivos de crescimento constante, atingindo 30,3% de aumento em dois anos e meio. Houve apenas uma retração em abril do ano passado.

O presidente regional da Abac, que responde pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, Vitor Bonvino, alega que o cenário está favorável para os consórcios e a educação financeira contribui muito para o planejamento familiar e o consequente sucesso do setor. “A avaliação que a gente faz é que a consciência da população e a educação financeira têm  contribuído para o aumento da procura. O consórcio existe desde a década de 1960 e os registros de crescimentos só vêm aumentando”, ressalta.

Minas Gerais é responsável pela fatia de 10% do mercado, com cerca de 1 milhão de participantes ativos, e o crescimento acompanha a média nacional. Volume que para o presidente regional da Abac é significativo. “É uma representatividade importante, por ser um dos estados mais ricos do País. Possui, inclusive, um dos maiores tíquetes médios também”, destaca.

Ele explica que o cenário econômico também contribui muito. “Temos quase que o pleno emprego e uma estabilidade na inflação que só favorece nosso setor”, afirma Bonvino.

Quando analisado apenas julho, com 10,7 milhões de participantes ativos em todo o País, houve um avanço de 9,1% sobre 9,81 milhões do mesmo mês do ano anterior. A alta foi registrada em quatro setores do setor: 19,9% nos imóveis; 10% nos veículos pesados; 8,6% nos veículos leves; e 7,3% nas motocicletas. Os outros dois setores tiveram retrações: -31,2% nos serviços e -5,7% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, quando comparados com julho de 2023.

Em termos de representatividade, veículos leves abocanham o maior mercado. Dentre os segmentos nos quais o mecanismo está presente, a soma de cotas ativas ficou assim distribuída: 

* 43,6% nos veículos leves;

* 27,6% nas motocicletas;

* 17,5% nos imóveis;

* 7,6% nos veículos pesados;

* 2,4% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis;

* e 1,3% nos serviços.

No sétimo mês do ano, a adesão de mais consorciados com tíquetes menores provocou uma retração do valor em relação ao do ano passado. O tíquete médio do sistema de consórcios em julho atingiu R$ 78,69 mil, 6,6% menor que os R$ 84,25 mil anotados anteriormente em 2023.

Em contrapartida, nos últimos cinco anos, o tíquete médio demonstrou expansão nominal de 48% entre os valores médios apontados somente nos meses de julho. Ao descontar a inflação (IPCA) de 30,8% do período, na relação da diferença de R$ 53,17 mil, em 2020, para R$ 78,69 mil em 2024, houve valorização real de 13,1%.

A sequência de bons resultados faz o presidente regional da Abac projetar um desempenho positivo para o sistema de consórcios. “O planejamento financeiro tem feito cada vez mais parte da vida das pessoas e nossa expectativa é que o setor continue crescendo cerca de 10% anualmente”, prevê. Entretanto, ele pondera que, para que isso aconteça, o cenário econômico tem que permanecer como está. “Desemprego e inflação alta derrubam nosso setor”, argumenta.

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