Finanças

Comef vê um maior apetite por risco em operações

Órgão vê ritmo de crescimento do crédito às famílias estável após um longo período de desaceleração
Comef vê um maior apetite por risco em operações
Foto: Reprodução Adobe Stock

São Paulo – O Banco Central (BC) avalia que o apetite por risco das instituições financeiras aumentou e o ambiente continua demandando atenção, considerando ainda que o cenário global prospectivo ainda apresenta riscos que podem levar à materialização de cenários de reprecificação de ativos financeiros globais.

De acordo com ata de reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) divulgada nesta quarta-feira (5), o ritmo de crescimento do crédito às famílias se estabilizou após um longo período de desaceleração, e há sinais de aquecimento em modalidades como veículos e crédito não-consignado. Mas foi observada piora nos critérios de concessão.

“O endividamento e o comprometimento de renda permanecem historicamente elevados”, destacou o documento, citando que nas empresas o ritmo de crescimento do crédito aumentou, mas sem alteração relevante nos critérios de concessão.

Em relação ao cenário global, o BC avalia que incertezas sobre a extensão do período de juros elevados e dos níveis de equilíbrio das taxas de juros no longo prazo, pressões decorrentes do diferencial de juros sobre as moedas, preocupações quanto à sustentabilidade fiscal, e suscetibilidade dos mercados a eventuais disrupções de oferta contribuem para manter os riscos de reprecificação de ativos sob atenção.

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“O Comef avalia que a exposição do (sistema financeiro nacional) ao risco da taxa de câmbio é baixa e a dependência de funding externo é pequena”, apontou a ata. “A transparência, previsibilidade e credibilidade na condução das políticas monetária, fiscal e macroprudencial são essenciais para mitigar os riscos sistêmicos”, ressaltou.

O documento reforçou ainda que o Comef está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais.

O BC considera ainda que os preços dos ativos e o crescimento do crédito não representam preocupação no médio prazo, embora existam incertezas a serem acompanhadas.

Comef avalia calamidade no RS

Em relação ao Rio Grande do Sul, O BC considerou que as medidas adotadas até agora pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pela autoridade monetária favorecem a renegociação das dívidas existentes e ampliam a liquidez das instituições financeiras em que os devedores de municípios em estado de calamidade representam mais de 10% da carteira de crédito total.

“Com isso, permite-se que tomadores de crédito tenham melhores condições para enfrentar a situação emergencial, ao tempo em que se preserva a capacidade das instituições de ofertar crédito aos agentes afetados pelas enchentes”, disse.

“O Banco Central segue monitorando a intermediação financeira na região, e poderá adotar medidas adicionais a fim de manter o funcionamento eficiente e a solidez do sistema financeiro”, afirmou.

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