Contas de fundos imobiliários crescem 28% no 1º semestre

São Paulo – O número de contas de fundos imobiliários subiu 28% de janeiro a junho de 2020, totalizando mais de 2,9 milhões. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a categoria cresceu acima da média da indústria de fundos, que registrou aumento de 6% no número total de contas no período.
Ao todo, o setor tem hoje 23 milhões de contas – considerando todos os tipos de fundos e que cada investidor pode ter mais de uma conta – e os fundos imobiliários representam 12% deste total. No primeiro semestre de 2019, correspondiam a 6%.
A evolução destes fundos está relacionada à queda da taxa de juros, que passou de 6,5% no começo do ano passado para os atuais 2%. Os cortes levaram os investidores a tomarem mais risco em busca de alternativas para obter maiores retornos.
“Os resultados do mercado como um todo refletem a busca por diversificação e rentabilidade. Com a indústria de fundos não foi diferente”, explica o vice-presidente da Anbima, Carlos André. “Sem o tripé liquidez, segurança e rentabilidade, os investidores buscam produtos de estratégias mais arrojadas, como é o caso dos fundos imobiliários, que mesclam renda fixa e variável”, comenta.
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No mesmo período, o número de contas de multimercados cresceu 9%, de fundos de ações subiram 2%, enquanto a renda fixa registrou aumento de 0,7%. “A menor abertura de contas de renda fixa, na comparação com as demais classes, está atrelada a dois fatores. Um deles é o cenário de crise e de volatilidade que atravessamos. Tivemos uma alta nas taxas de desemprego e as pessoas precisaram acessar suas reservas de emergência, que estão guardadas, geralmente, na renda fixa. O outro fator é a educação financeira: o brasileiro está aprendendo a diversificar seus investimentos, usando outras estratégias para compor um portfólio mais sofisticado”, afirma o vice-presidente.
Outras categorias de fundos tiveram crescimento superior aos fundos imobiliários em 2020, mas todas com participação inferior no total de contas da indústria. É o caso dos FIPs (Fundos de Investimento em Participação) que subiram 112%, mas representam apenas 5,6% do setor. Na sequência, aparecem os fundos cambiais com alta de 86% e os ETFs com 63% – juntos correspondem a 1% de participação no total do número de contas.
Comparação com 2019 – Por conta da crise, os resultados do primeiro semestre de 2020 são inferiores ao mesmo período de 2019 para os fundos imobiliários. Enquanto o número de contas subiu 28% em 2020, no ano anterior o resultado foi 58%.
“Era de se esperar um desempenho inferior, uma vez que estamos em meio a uma pandemia. Em 2019, o setor imobiliário estava aquecido. Com a crise, alguns segmentos, como os shoppings, tiveram impactos na receita, o que segurou um pouco o interesse dos cotistas. Ainda assim, o resultado é positivo e mostra que a indústria permanece em evolução e, o mais importante, a confiança dos investidores não foi abalada”, afirma Carlos André. (Com informações da Anbima)
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