Finanças

Crédito ficou mais barato para empresas

Antecipação de faturas de cartão de crédito teve queda de 27,46% em março frente fevereiro, em BH, diz Ipead
Crédito ficou mais barato para empresas
Para as pessoas físicas, foi verificada queda média nos juros de sete das 14 operações analisadas | Crédito: Joédson Alves / Agência Brasil

Todas as operações de crédito para empresas ficaram mais baratas em março na comparação com o mês anterior em Belo Horizonte, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) divulgado na terça-feira (9). O recuo é da taxa média cobrada pelas instituições financeiras.

A antecipação de faturas de cartão de crédito foi o recuo mais expressivo dessa categoria. A queda foi de 27,46% no terceiro mês de 2024 na comparação com fevereiro. A taxa média foi de 1,03% em março. A mais baixa captada pela pesquisa foi de 0,88% e a mais alta, 1,38%.

A conta garantida também apresentou queda (-5,29%) no período, bem como o capital de giro (-2,52%). O desconto de duplicatas cobradas pelos bancos nas operações com pessoas jurídicas ficou 1,79% mais barata em março na Capital.

O levantamento da Fundação Ipead também contempla as pessoas físicas e mostra que sete das quatorze operações de crédito e financiamento para esse público apresentaram queda nas taxas de juros médias no mês de março de 2024 em relação ao mês anterior. Outras seis apresentaram elevação e uma apresentou estabilidade.

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As taxas de juros de operações de captação, ou seja, os juros pagos pelos bancos aos clientes por suas aplicações, apresentaram alta, com exceção das aplicações de cooperativas de crédito em que ocorreu redução (-5,62%) e o CDB que ficou estável.

A maior queda nas operações para pessoa física verificada pela Fundação Ipead foi para a construção civil (imóveis construídos), com recuo de 37,60%, seguido pelas cooperativas de crédito (empréstimo), com queda de 6,22%. O empréstimo para automóveis (bancos e financeiras) ficou 2,91% mais barato em Belo Horizonte.

As operações que apresentaram as maiores altas nas taxas de juros médias foram construção civil (imóveis na planta), com elevação de 17,86%, comércio eletrônico (6,36%) e cartão de crédito parcelado (2,07%).

Análise

O consultor da Fundação Ipead, o economista Diogo Santos, observa que redução da taxa básica da economia do País, a Selic, contribui para a redução das taxas cobradas pelos bancos, uma vez que a Selic pode ser entendida como o custo básico de captação dos bancos. “Portanto, essa redução observada neste momento em todas as taxas de juros cobradas pelos bancos para pessoas jurídicas certamente está refletindo a redução da Selic”, diz.

Ele observa que outros fatores, como uma melhoria no ambiente do crédito, após os eventos negativos localizados em algumas empresas, e, principalmente, a expectativa de taxa de inflação em patamares estáveis são também relevantes para explicar as reduções nas taxas cobradas pelos bancos.

Santos ressalta que, apesar de observar algumas reduções nas taxas de juros cobradas pelos bancos, o movimento de queda não é uniforme entre as diferentes modalidades de crédito. “Por exemplo, neste mês de março foi a primeira vez, desde o início da redução da taxa Selic em agosto de 2023, que todas as taxas de juros cobradas pelos bancos nas operações para empresas apresentaram queda. Então, ainda não se pode falar que a redução da taxa Selic já está plenamente sendo sentida no mercado de crédito”, diz.

Ele explica que isso ocorre por dois motivos. O primeiro é a longa defasagem do impacto da política monetária e o segundo é política das instituições bancárias de repassarem ou não a redução da Selic para as taxas que cobram dos clientes.

A Selic está em 10,75% ao ano. O último corte na taxa foi divulgado no dia 20 de março pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que reduziu em 0,5 ponto percentual a taxas básica de juros da economia, de 11,25% para 10,75% ao ano.

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