Finanças

Maior parte do crédito rural do País passa pelas cooperativas

Minas Gerais, líder em instituições do segmento, disponibilizou mais de R$ 1,3 bilhão em 2025
Maior parte do crédito rural do País passa pelas cooperativas
Foto: Rodrigo Corgozinho/ Sicoob Coopemg

As cooperativas financeiras realizaram praticamente nove em cada 10 operações (88%) de crédito rural disponibilizadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no País, referente ao Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026. Juntas, essas instituições repassaram R$ 9,8 bilhões a pequenos e médios produtores rurais, o equivalente a 69% do valor total repassado pelo banco no período.

Em Minas Gerais — unidade da federação com o maior número de cooperativas financeiras do Brasil (181) —, foram realizadas 4,9 mil operações de crédito rural por meio de organizações cooperativistas (89% do total estadual). O montante repassado alcançou a marca de R$ 1,3 bilhão (79% dos créditos rurais do Estado), conforme dados do BNDES.

“Para o pequeno produtor, o crédito rural é a ponte entre o planejamento da safra e a renda na porteira. Ele viabiliza insumos, maquinário, assistência técnica e comercialização, dá fôlego na entressafra e reduz a dependência de atravessadores”, destaca o presidente do Sistema Ocemg, entidade de representação das cooperativas em Minas Gerais, Ronaldo Scucato.

Além de facilitar o acesso do homem do campo ao crédito, a presença do cooperativismo financeiro em um município está associada a ganhos econômicos e sociais mensuráveis para quem vive do agronegócio.

Onde essas instituições estão presentes o valor da produção agrícola municipal registra um acréscimo médio de R$ 466,3 por hectare (23,3% da média).

Na pecuária, há um aumento de 28,1% no rebanho de suínos e 36,8% no de galináceos por hectare, e ganhos de R$ 1,3 mil por hectare em área plantada. Esses impactos foram verificados por uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgada no AnuárioCoop 2025 — espécie de censo cooperativista produzido pelo Sistema OCB, entidade de representação das cooperativas brasileiras.

“Os números mostram que onde as cooperativas de créditos estão, vemos melhoria no campo. O resultado retorna em investimento local e apoio a quem produz. É assim que a comunidade ganha musculatura econômica sem perder a sua identidade”, destaca.

Ganhos sociais

É importante destacar que o impacto do cooperativismo na economia municipal extrapola a porteira das fazendas. Ainda de acordo com o estudo do Sistema OCB/Fipe, onde há cooperativa de crédito, há mais gente no ensino superior (24,2% mais matrículas por mil habitantes).

Com o aumento da inclusão financeira da população, também cai o número de famílias que dependem de ajuda financeira do governo para sobreviver — queda de 8,1% da média de famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e de 26,2% entre as beneficiárias do Programa Bolsa Família.

“Quando o crédito tem dono com nome e endereço na comunidade, ele volta para a própria comunidade em forma de investimento, emprego e renda. Esse é o sentido do cooperativismo de crédito e do nosso crescimento consistente no País”, ressalta Ronaldo Scucato.

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