Finanças

Cresce o número de investidores em Minas Gerais

Aportes somam R$ 51,7 bilhões, de acordo com levantamento da B3
Cresce o número de investidores em Minas Gerais
Crédito: Adobe Stock

O número de investidores em Minas Gerais aumentou 3,8% em um ano. Ao todo, conforme informações da B3, de outubro de 2024 para outubro deste ano, o Estado acumulou 20 mil investidores a mais, refletindo uma economia dinâmica, mais confiável e com mais capital disponível para investimentos.

Conforme os dados, o capital aplicado pelos mais de 546 mil investidores no Estado soma R$ 51,7 bilhões, montante 9,6% maior que o de outubro do ano passado, quando o estoque de investimentos girava em torno de R$ 47,1 bilhões.

A superintendente de Negócios para Pessoa Física da B3, Christianne Bariquelli, afirma que o aumento dos investidores segue uma tendência e está atribuído a uma série de fatores. Entre eles, a maior acessibilidade a informações financeiras devido ao avanço da tecnologia e ao crescimento das plataformas de investimento on-line. “Esses avanços facilitam o acesso ao mercado de ações e outros ativos”, comenta.

Outra questão que contribuiu, na avaliação da superintendente, foi o fomento à educação financeira, que tem incentivado mais pessoas a investirem de forma consciente.

O economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, destaca que o rendimento das ações tem sido o maior atrativo. “De janeiro a novembro de 2025, o Ibovespa valorizou 32,24%, mesmo com a economia perdendo fôlego. O rendimento das ações foi mais do que o dobro do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que remunera a renda fixa, e cravou 14,9% no mesmo período”, pontua.

Christianne Bariquelli
Christianne Bariquelli aponta que plataformas virtuais ajudam a impulsionar os investimentos na bolsa de valores | Foto: Divulgação B3

Quando comparado ao ano de 2021, o aumento de investidores no Estado é ainda mais significativo. No décimo mês deste ano, Minas Gerais possuía 63,2% a mais de investidores ativos do que em 2021. Em termos de estoque, o aumento foi de 21,6%, passando de R$ 42,5 bilhões em 2021 para os atuais R$ 51,7 bilhões. “Isso demonstra que a população tem buscado alternativas e diversificação de investimentos. Esse movimento também reflete a maior conscientização das pessoas sobre a importância de investir e garantir uma estabilidade financeira melhor a longo prazo”, observa a superintendente da B3.

Para Braga, as facilidades oferecidas pelos bancos e pelas corretoras também têm contribuído para o aumento dos investidores. “Hoje é possível investir pequenas quantias sem custos de corretagem e de custódia, além de fazer operações por aplicativos instalados nos aparelhos celulares em tempo real.”

População que mais investe possui entre 29 e 39 anos

Quando analisado o perfil dos investidores no Estado, os números mostram que a maioria pertence à faixa etária de 25 a 39 anos (47,6%). A faixa entre os maiores de 60 anos é a que menos investe, sendo responsável pela menor fatia dos investidores (8,5%).

Segundo o professor do Ibmec, Gilberto Braga, os mais jovens e com pequenas economias formam o maior contingente desses novos investidores, muito pelo fato de serem mais acostumados ao uso de recursos financeiros e tecnológicos.

Christianne Bariquelli explica que a faixa etária dos 25 aos 39 anos coincide com um momento da vida em que as pessoas estão crescendo em suas carreiras profissionais, acumulando recursos e se interessando por alternativas de investimentos. “Esse grupo tende a buscar maiores retornos a longo prazo, diferentemente dos investidores mais velhos, que, geralmente, optam por investimentos mais conservadores devido à proximidade da aposentadoria e à necessidade de preservar o patrimônio.”

Completam o grupo de investidores 8,8% dos jovens entre 18 e 24 anos; 34% dos adultos entre 40 e 59 anos; e 0,85% de investidores menores de 17 anos. Em relação ao gênero, as pessoas do sexo masculino compõem a maior parte (79,8%) dos investidores mineiros.

Estado ainda tem espaço para mais investidores

Para o futuro, a superintendente da B3 afirma que a expectativa é otimista. Embora o primeiro semestre tenha sido desafiador para o mercado de bolsa, Christianne Bariquelli lembra que o Ibovespa tem batido recordes no segundo semestre. “Isso atrai a atenção e o interesse das pessoas para o mercado de ações”, diz.

Sendo assim, ela acredita que ainda existe espaço para o número de investidores continuar crescendo no Estado. “Para isso, continuaremos avançando nas iniciativas de educação financeira e no lançamento de novos produtos e serviços, para atraí-los cada vez mais”, finaliza.

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