Debêntures representam 51% das emissões realizadas neste ano no País

A predominância das operações de renda fixa tem marcado as emissões do mercado de capitais em 2022. É o caso das debêntures, cujo volume representa 51% do total de R$ 444 bilhões levantado neste ano, o equivalente a R$ 226,3 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Considerando as operações realizadas apenas no último mês de outubro, a participação também foi de 51% do total (R$ 21 bilhões).
Os produtos estruturados vêm na sequência, com participação de 24% das ofertas realizadas neste ano até outubro, distribuídos em fatias de 8% entre Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), com R$ 37,2 bilhões; Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com R$ 37 bilhões; e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), com R$ 34 bilhões.
As operações com notas comerciais também têm se destacado em 2022: as emissões representam 7% do volume total, o que equivale a R$ 31 bilhões. “Caso seja mantida a participação relativa dos últimos meses, as notas comerciais poderão se tornar um dos instrumentos mais importantes do mercado de capitais”, afirma o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni.
Na renda variável, o ano é marcado pelas ofertas subsequentes de ações (follow-ons), que chegam a R$ 52 bilhões até outubro. O volume representa 12% do total emitido no mercado de capitais em 2022.
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Fundos
Os fundos de investimento retomaram a posição de principais compradores das debêntures colocadas em mercado: entre janeiro e outubro, eles ficaram com 45,1% das ofertas, seguido das instituições intermediárias e demais participantes ligados à oferta, com 44,4%, dos investidores institucionais, com 6,5%, e das pessoas físicas, com 3,9%. “A participação dos fundos de investimento nas operações de debêntures voltou ao patamar observado no período anterior ao início da pandemia, o que deve se manter diante da perspectiva de término do ciclo de alta dos juros”, avalia Laloni.
B3 adquire Neurotech por R$ 1,1 bi
São Paulo – A B3 anunciou a aquisição da Neurotech, empresa de tecnologia especializada na criação de sistemas e soluções de inteligência artificial, machine learning e big data, em operação que pode chegar a R$ 1,1 bilhão.
A B3 desembolsará, no fechamento da operação, R$ 569 milhões, além de aporte ao capital na Neurotech de cerca de R$ 50 milhões, para quitar obrigações de indenização ligadas ao término do programa de opções de compra e subscrições de ações da Neurotech.
Também se comprometeu ao pagamento futuro de mais R$ 523 milhões em ‘earn-outs’ (valor presente estimado no cenário-base de execução do plano de negócios de 2022 a 2026), a depender do atingimento de determinadas metas de desempenho.
Segundo fato relevante publicado na madrugada desta quinta-feira, os recursos para o pagamento serão provenientes do caixa livre da B3 e não há mudança nas projeções de endividamento e payout divulgadas em agosto de 2022.
O preço final da operação estará sujeito a ajustes em transações dessa natureza, e seu fechamento dependerá de aprovações da CVM e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A B3 submeterá a aquisição à aprovação de acionistas em assembleia que deve ocorrer em dezembro.
“A aquisição da Neurotech é um importante impulsionador da estratégia da B3 no negócio de dados e analytics, complementando a oferta de soluções de dados nas verticais de crédito, riscos e seguros”, afirmou a empresa de infraestrutura de mercado financeiro. (Reuters)
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