Desembolsos do Banco do Nordeste para Minas Gerais já somam R$ 1,36 bilhão em 2025

O Banco do Nordeste desembolsou R$ 1,36 bilhão de janeiro a maio deste ano para Minas Gerais. O montante é 1,5% maior do que no mesmo período do ano passado, quando foram desembolsados R$ 1,34 bilhão. Em termos de volume, no entanto, o banco atendeu 19,6% de contratos a menos nos cinco primeiros meses de 2025, saindo de 28.508 para 22.900 no período analisado.
Do volume concedido, cerca de R$ 1,05 bilhão veio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e R$ 310 milhões do Crediamigo, destinado a empreendedores individuais ou reunidos em grupos solidários.
Quando analisado apenas o FNE, os setores de infraestrutura e de pecuária foram os mais beneficiados por empréstimos e financiamentos. Ao todo foram R$ 368,6 milhões para infraestrutura e R$ 282,6 milhões para a pecuária neste ano. Entretanto, esses são exatamente os setores que apresentaram a maior redução na comparação com 2024. A queda apresentada na receita foi de 20% na pecuária e de 13% no setor de infraestrutura.
O superintendente do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Wesley Maciel, explica que a queda nesses setores foi compensada pelos aportes maiores fornecidos para as micro e pequenas empresas, consideradas áreas estratégicas para o banco.
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Em 2025, as micro e pequenas empresas receberam 26,8% a mais de receita na comparação com o mesmo período do ano passado, aumentando de R$ 244,7 milhões em 2024, para R$ 310 milhões neste ano.
“Apesar de termos praticamente uma estabilidade no resultado global, tivemos um crescimento do Crediamigo que representa públicos socialmente importantes para nós, e que estão na base da pirâmide: as micro e pequenas empresas”, detalha Maciel.
Segundo ele, há um compromisso do banco para que a maioria dos recursos vá para os públicos prioritários, justamente como as micro e pequenas empresas. “No momento em que temos uma elevação do custo Brasil, com uma taxa de juros alta — a Selic, hoje, está em 15% —, isso deprime a atividade econômica.”
Maciel explica que, com o consumo menor, os empreendedores vendem menos e têm mais dificuldade de conseguir crédito. “Então, o fato de o banco de desenvolvimento, que tem uma taxa subsidiada, poder oferecer mais crédito para esse público, ajuda para que eles superem esse momento de dificuldade e continuem empreendendo”, afirma.
O setor que mais cresceu em receita no Estado na comparação com 2024 foi o da agroindústria. Enquanto até maio de 2024 foram desembolsados R$ 1,4 milhão, em 2025 já foram R$ 11,6 milhões, um salto de mais de 700%.
Sobre este aumento, o superintendente informou que se trata de recursos atribuídos a contratos específicos da indústrias de transformação de madeira e eucalipto, próximo à cidade de Bocaiúva, no Norte de Minas.
Trecho da BR-116 será duplicada com recurso do Banco do Nordeste
O setor de infraestrutura, apesar de, até agora, ter recebido cerca de R$ 58 milhões a menos do que no ano passado, ainda terá uma retomada em 2025. Segundo o superintendente do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Wesley Maciel, já está previsto para as próximas semanas o desembolso de R$ 500 milhões para o setor de transportes.
O recurso, que tem como cliente a concessionária Ecovias, será destinado para a duplicação da BR-116, nos trechos de Governador Valadares, na região do Vale do Rio do Doce, ao Rio de Janeiro. “É um projeto de infraestrutura que nós vamos financiar, referente à parte que está dentro da área da União”, conclui Maciel.
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