Desembolsos do BNB em Minas Gerais dão salto de 131,6%

Os desembolsos do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) começaram o ano com forte incremento. De acordo com os dados divulgados pela entidade, ao todo, foram R$ 936,1 milhões liberados para Minas Gerais durante o primeiro trimestre, ou seja, uma variação positiva de 131,6% frente a igual intervalo de 2022.
A alta expressiva no valor liberado é resultado da aprovação de projetos, principalmente, de infraestrutura, que demandam volumes mais altos por contratos e também pelo reaquecimento da economia, o que movimenta os setores e a demanda pelos recursos.
No primeiro trimestre, o BNB aprovou um total de 54 mil operações ante as 59.337 registradas anteriormente.
Para o ano, as estimativas são positivas e a tendência é que os desembolsos totais do BNB superem entre 8% e 10% o valor registrado em 2022, que foi de R$ 3,8 bilhões.
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De acordo com o superintendente estadual do Banco do Nordeste para Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, o aumento dos desembolsos, neste primeiro trimestre, foi puxado pelos negócios de infraestrutura e de empresa de grande porte,
“A grande diferença do primeiro trimestre de 2023 para o de 2022 foram os negócios que fizemos de infraestrutura e de empresas de grande porte. Também registramos alta nas micro e pequenas empresas, no Pronaf, estes também puxam o resultado positivo, mas não carregam um volume tão grande de negócios”.
Conforme os dados do BNB, dos recursos totais desembolsados – R$ 936,1 milhões – somente os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) somaram R$ 798,8 milhões, um aumento de 207,8%.
“Nós temos percebido uma melhoria no desempenho da economia e o FNE é fruto da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI. Se a indústria produz mais e vende, o País arrecada mais e repassa mais para o FNE”.
No mesmo período, o valor disponível pelo Crediamigo somou R$ 118,3 milhões, queda de 12,8%. A retração se deve à alteração da gestão do Crediamigo, que mudou e está em período de organização, o que impactou nas liberações. A tendência é recuperar o ritmo ao longo do ano.
Desembolsos do FNE por porte
Do total de recursos liberados pelo FNE avaliados por portes, a maior parte foi destinada a projetos de infraestrutura. Ao todo, foram R$ 392 milhões liberados entre janeiro e março. No ano passado, no mesmo período, não haviam sido liberados recursos para o setor. Para as empresas de grande porte, o crédito foi de R$ 57,9 milhões, as liberações no mesmo período do ano passado também não aconteceram.
“Em função dos resquícios da pandemia de Covid-19 e atendendo à necessidade do público prioritário, no início do ano passado, o banco estava priorizando as operações para os portes prioritários, que são os mini, micro e pequenos negócios. Já no início de 2023, tínhamos uma dotação mais elástica e conseguimos atender essas demandas de projetos de infraestrutura e de grande porte, que acabam puxando os volumes mais significativos”.
Ainda segundo o representante do BNB, os produtos de infraestrutura financiados pela entidade são voltados para a geração de energia limpa e fotovoltaica.
“A geração de energia é um insumo importantíssimo para o crescimento das indústrias e do País. Nós temos no Norte de Minas, a mesma qualidade de geração de energia solar com base na incidência dos raios solares que no Nordeste do País, que é fantástico. Como Minas Gerais tem um parque industrial pujante, a geração dessa energia é interessante para os empreendedores que têm o mercado consumidor dentro do próprio Estado”, explicou.
O desembolso do BNB também ficou maior para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Entre janeiro e março, foram liberados R$ 12,3 milhões, aumento de 25,5% frente a igual período de 2022.
Para o pequeno e miniprodutor rural, as liberações aumentaram 52,7% e encerraram o intervalo em R$ 78,2 milhões. O crédito voltado para as micro e pequenas empresas foi de R$ 64 milhões, 87,1% a mais. Para as médias empresas, as liberações chegaram a R$ 72,4 milhões, aumento de 26,5%.
“O FNE é um recurso que traz uma série de vantagens como as taxas de juros diferenciadas e prazos adequados a cada negócio. Quando a economia volta a sentir melhora, a demanda por recursos também volta. Estamos, desde o início do ano, registrando crescimento na demanda vinda das micro e pequenas empresas, das médias, da agricultura familiar, que são públicos prioritários”.
Projetos de lítio serão beneficiados
O BNB também vai financiar projetos de produção de lítio no Vale do Jequitinhonha. Segundo Maciel, o banco tem trabalhado junto com o governo de Minas Gerais e já tem recursos que poderão ser acessados conforme a necessidade das empresas envolvidas.
“Ainda não financiamos porque a cadeia é complexa e, antes de apresentarem os projetos, são necessários o desenvolvimento de estudos geológicos e a obtenção de diversas licenças. No momento, as empresas estão organizando isso. Assim que tudo estiver pronto, poderão acessar os recursos, que estão disponíveis”, explicou.
Superintendente exclusivo em Minas
Com a demanda crescente no Estado, principalmente após a inclusão dos 81 municípios do Leste de Minas na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Minas terá um superintendente exclusivo no BNB. Anteriormente, a superintendência englobava o Espírito Santo.
“A área do Leste de Minas que entrou para a área Sudene é uma área que tem mais de 1 milhão de habitantes, são mais 81 municípios e uma área geográfica maior que o estado de Sergipe. Para dar um atendimento de qualidade à nova área e atender as demandas naturais que já temos, fico exclusivamente para o Estado. A superintendência do Espírito Santo já foi aprovada e o BNB está em fase de escolha do profissional que irá assumir”, explicou o superintendente estadual do Banco do Nordeste para Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel.
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