Finanças

Diretor de Política Econômica do BC aponta cenário desafiador de incerteza e inflação

Diogo Guillen ainda vê a economia com muita incerteza externa e doméstica
Diretor de Política Econômica do BC aponta cenário desafiador de incerteza e inflação
Crédito: Raphael Ribeiro/BC

São Paulo – O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira (22) que segue vendo um cenário com muita incerteza externa e doméstica, além de projeções elevadas para a inflação e mais riscos, o que leva a um “cenário mais desafiador” para a política monetária.

Falando em evento organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Guillen afirmou que a diretoria do BC tem atuado de forma coesa e mostrado evidente compromisso com o atingimento da meta de inflação, reforçando que o grupo optou por não dar uma orientação futura para a taxa básica de juros.

“Como a gente está vendo o cenário, eu sigo vendo assim, projeções mais elevadas e com mais riscos, levando a um cenário mais desafiador para o Comitê, vai ser importante ir acompanhando os dados”, disse. “Nos mantemos em um cenário de muita incerteza, ele vem tanto do externo quanto do doméstico”, ressaltou.

Em linha com falas recentes do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, ele afirmou que “há um pouco de excesso” em tentar transformar o balanço de riscos do BC para a inflação em um “guidance” (orientação futura) para a política monetária, após as comunicações da autarquia apontarem mais riscos de alta, com vários membros defendendo que há assimetria.

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O diretor reforçou que as conclusões apresentadas na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de julho seguem valendo e que está confortável com a comunicação da autarquia, que mostrou visão consensual de que há mais riscos de alta da inflação, citando visão de diretores sobre a assimetria.

Guillen disse ainda que se movimentos de expectativas de inflação e de taxa de câmbio se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão incorporados pelo Copom.

Agentes de mercado projetam uma inflação de 3,91% em 2025 e de 3,60% em 2026, acima do centro da meta de 3%, segundo o boletim Focus. A estimativa para o dólar em 2025, por sua vez, está em 5,30, ante R$ 5,23 há quatro semanas.

Guillen afirmou que mais importante do que discutir a causa da desancoragem das expectativas de inflação é o reconhecimento de que isso gera desconforto na diretoria do Banco Central e precisa ser combatido.

O diretor de Política Econômica enfatizou que o Copom vai perseguir a reancoragem das expectativas e continuará tomando decisões que salvaguardem a credibilidade da instituição.

Reportagem distribuída pela Reuters

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