Finanças

Dívida pública avança 2,01% em maio

Indicador atingiu R$ 5,702 trilhões no mês passado, contra R$ 5,590 trilhões em abril, aponta o Tesouro Nacional
Dívida pública avança 2,01% em maio
Crédito: Rmcarvalhobsb / stock.adobe.com

Brasília – A dívida pública federal do Brasil subiu 2,01% em maio sobre abril, a R$ 5,702 trilhões, informou o Tesouro Nacional ontem, destacando um aumento nos riscos globais e elevação no custo dos títulos brasileiros.

No período, a dívida pública mobiliária interna subiu R$ 116,2 bilhões, a R$ 5,476 trilhões, impulsionada por uma emissão líquida de R$ 65,4 bilhões.

Com um mês de atraso por conta da greve de servidores que reivindicam aumentos salariais, o Tesouro também informou os dados relativos a abril. No período, a dívida pública federal subiu 0,45% em relação a março, a R$ 5,590 trilhões.

De acordo com o Tesouro, a curva de juros ganhou nível em maio, diante da sinalização do Banco Central de continuidade do ciclo de aperto monetário, além do aumento nos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio.

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“O mês de maio foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, devido à expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e pressões inflacionárias em nível global”, disse o órgão em nota.

No mês, o CDS (credit default swap) do Brasil, que mede o risco relacionado ao País, subiu 9%, segundo o Tesouro, a 223 pontos base.

Em maio, houve um encurtamento do prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 3,95 anos, ante 4,00 anos registrados em abril.

Custo maior

No cenário de aumento da aversão a riscos no mercado, o custo médio do estoque da dívida pública federal aumentou, passando de 8,59% ao ano em março para 9,53% em abril e para 9,86% ao ano no mês passado. Na dívida interna, o custo do estoque subiu de 9,56% em março para 10,22% em abril e para 10,58% ao ano em maio.

O custo médio das novas emissões da dívida interna também cresceu, indo de 10,5% em março para 11,3% em abril e 11,7% ao ano em maio, maior patamar desde maio de 2017.

“O IPCA mais alto e a Selic mais alta fazem com que o estoque aumente, e também temos a reposição desse estoque, as emissões estão sendo realizadas em custo mais alto”, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Luís Felipe Vital.

Ainda de acordo com os dados, investidores estrangeiros reduziram a participação na dívida interna de 9,3% para 9,1% em maio, um recuo de R$ 1,9 bilhão.

No mês, houve um aumento nominal de 6,85% na reserva de liquidez do Tesouro, de R$ 1,037 trilhão para R$ 1,108 trilhão.

Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,310 trilhão em títulos da dívida interna. Com o volume disponível em caixa, o Tesouro consegue quitar 9,47 meses de vencimentos, contra 9,79 meses em abril.

A diminuição dessa capacidade de pagamento ao mesmo tempo em que houve um crescimento nominal do colchão de liquidez ocorreu porque o horizonte do Tesouro passou a englobar março de 2023, mês que terá um volume elevado de vencimento de títulos.

Para o mês de junho, o Tesouro ressaltou a continuidade do cenário de aversão ao risco global e doméstico, com expectativas sobre o ritmo de aperto monetário nos EUA e chance de recessão em algumas economias.

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