Finanças

Dólar acompanha exterior e sobe ante o real após quatro quedas consecutivas

O dólar à vista fechou em alta de 0,37%, aos R$5,3903
Dólar acompanha exterior e sobe ante o real após quatro quedas consecutivas
Foto: Reuters/Dado Ruvic

O dólar fechou a terça-feira (21) em alta ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior e com investidores recompondo posições na divisa após quatro sessões consecutivas de queda.

O dólar à vista fechou em alta de 0,37%, aos R$ 5,3903. No ano, porém, a divisa acumula queda de 12,76%.

Às 17h10 na B3 o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,19%, aos R$ 5,4005.

Após acumular uma baixa de 10 centavos de real nas últimas quatro sessões, o dólar subiu desde o início desta terça-feira, refletindo o ajuste de posições de parte dos investidores e o avanço das cotações também no exterior.

“Com o dólar em queda aqui e lá fora por quatro sessões consecutivas, então temos hoje um ajuste normal de alta”, resumiu o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

No exterior, o mercado era influenciado em grande parte pela forte desvalorização do iene, após a conservadora linha-dura Sanae Takaichi ser eleita a primeira mulher primeira-ministra do Japão. Aliada do ex-premiê Shinzo Abe, Takaichi tem sinalizado a retomada de estímulos do governo para impulsionar a economia japonesa.

Os receios em torno de uma política fiscal mais expansionista no Japão faziam o dólar disparar ante o iene, mas também sustentar ganhos ante o euro, a libra e as divisas pares do real, como a lira turca, o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano.

Neste cenário, às 10h48 o dólar à vista atingiu a maior cotação do dia, de R$ 5,4060 (+0,66%), para depois voltar a oscilar abaixo de R$ 5,40 — um ponto de resistência técnica importante.

Em um dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos, o mercado também esteve atento às movimentações em Brasília, onde o governo seguia em busca de uma solução para o Orçamento após o Congresso ter arquivado no início do mês a medida provisória 1303, sobre taxação de aplicações financeiras.

Cálculos da Fazenda apontam que a MP teria impacto fiscal de R$ 14,8 bilhões em 2025 e de R$ 36,2 bilhões em 2026.

Para cobrir o rombo, o governo decidiu enviar ao Congresso dois projetos de lei que abordam separadamente aspectos antes tratados na MP. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma das propostas tratará do controle de gastos e outra da taxação de “bets” e fintechs.

Haddad também afirmou que o governo está cumprindo o arcabouço fiscal e deseja entregar o Orçamento para a próxima administração já com superávit primário. Ao mesmo tempo, criticou o nível atual da taxa básica Selic, de 15% ao ano, qualificada por ele como “excessivamente restritiva”.

No mercado de câmbio, analistas têm ponderado que a manutenção da Selic em 15% ao ano e a expectativa de mais cortes de juros nos EUA favoreceram a baixa recente do dólar ante o real.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 40.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de novembro.

Às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,36%, a 98,965.

Conteúdo distribuído por Reuters

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