Finanças

Dólar avança 1% e atinge R$ 4,18 em meio à cautela no exterior

Dólar avança 1% e atinge R$ 4,18 em meio à cautela no exterior
Crédito: REUTERS/Ricardo Moraes

São Paulo – O dólar encerrou em forte alta contra o real ontem, em dia de menor volume de negociações por feriado nos Estados Unidos, com agentes do mercado monitorando os riscos externos em meio à cautela diante do início das novas tarifas comerciais entre EUA e China.

O dólar à vista teve alta de 1%, a R$ 4,1834 na venda. O dólar futuro de maior liquidez mostrava valorização de 1,06%, a R$ 4,191.

Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus, afirma que a sessão foi marcada pela cautela dos investidores diante de uma série de fatores externos – como a incerteza em torno das negociações comerciais entre EUA e China e os desenvolvimentos do Brexit.

“Quando os mercados nos EUA estão fechados, todo o resto do mundo fica sem um norte, então é normal que haja um certo exagero nas movimentações”, disse Laatus.

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A moeda norte-americana também mostrava força contra uma cesta de moedas, a 99,032, e frente a outras moedas emergentes – como o rand sul-africano e o peso mexicano.

A China e os Estados Unidos começaram a impor tarifas extras sobre produtos um do outro no domingo, apesar de sinais de que negociações podem ser retomadas em algum momento neste mês. Nesta segunda, a China informou que entrou com um processo contra os EUA junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa de tarifas de importação, mas não divulgou detalhes sobre seu procedimento legal.

Durante a sessão, também permaneceu no radar dos investidores a medida de controle de capital imposta pelo governo da Argentina no domingo, numa tentativa de conter a queda livre da moeda que aumenta o risco de default. Ontem, o peso argentino encerrou em alta de 0,88%, a US$ 59, em seu primeiro dia de operações após o anúncio das medidas.

No plano doméstico, os mercados avaliaram ainda a piora na avaliação do governo Bolsonaro, buscando indicações sobre como isso pode afetar a agenda de reformas. A reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu para 38% em agosto ante 33% em julho, enquanto a aprovação passou de 33% para 29%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada ontem.

Bolsa – O Ibovespa teve leve queda nesta segunda-feira, com o setor financeiro pesando negativamente, em dia sem a referência de Wall Street por feriado nos Estados Unidos. O principal índice da B3 caiu 0,5%, a 100.625,74 pontos. O giro financeiro da sessão somou R$ 10,7 bilhões.

O mercado acionário operou sem tendência clara durante a sessão, refletindo a ausência dos mercados acionários norte-americanos, fechados pelo feriado do Dia do Trabalho nos EUA.

No Brasil, a balança comercial registrou superávit de US$ 3,284 bilhões em agosto, melhor saldo para o período desde 2017, informou o Ministério da Economia, em um mês em que as importações caíram mais que as exportações.

Para setembro, “apesar da incerteza externa, esperamos aceleração da atividade econômica e dos lucros das empresas, com juros na mínima histórica e rumando para níveis ainda inferiores”, afirmou a XP Investimentos. (Reuters)

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