Finanças

Dólar cai no Brasil em dia de ajustes de preços e alta do minério de ferro

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de junho
Dólar cai no Brasil em dia de ajustes de preços e alta do minério de ferro
Foto: Reprodução Adobe Stock

São Paulo – O dólar à vista fechou a segunda-feira em baixa ante o real, mas pela sétima sessão consecutiva acima dos R$ 5,00, em um dia marcado por ajustes de preços após as altas recentes no Brasil e pelo recuo da moeda norte-americana também no exterior, em meio ao avanço do minério de ferro no mercado internacional.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0320 na venda, em baixa de 0,65%. Em abril, a divisa acumula alta de 0,33%. Às 17h04, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,73%, a R$ 5,0425 na venda.

No início do dia, o dólar à vista chegou a oscilar em leve alta, marcando a máxima de R$ 5,0755 (+0,21%) às 9h01. Mas rapidamente a divisa migrou para o território negativo, em sintonia com a baixa da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior.

“Estamos acompanhando o exterior. O DXY (dólar index) está caindo numa espécie de correção, e tivemos uma desvalorização forte (do real) na semana passada após o ´payroll´ (relatório de empregos dos EUA) e falas de dirigentes do Federal Reserve”, comentou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.

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Além da correção de preços, as cotações foram influenciadas no dia pela alta do minério de ferro — importante produto de exportação brasileiro –, pontuou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo. O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,19%, a 791,5 iuanes (US$ 109,42) a tonelada, o maior valor desde 26 de março.

“Dólar perdendo força aqui alinhado com o movimento da moeda ante pares (do real) como o peso mexicano e o peso chileno”, comentou Bergallo. “Além disso, o movimento está alinhado com nossa bolsa ganhando tração graças à entrada de estrangeiros, que naturalmente aumentam a oferta de dólar e derrubam a cotação”, acrescentou. Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$ 5,0253 (-0,78%) às 14h35.

“Está caindo agora, mas no geral, no médio prazo, a força do dólar deve prevalecer”, contrapôs Galhardo, lembrando que a expectativa de adiamento do início do processo de corte de juros pelo Federal Reserve é um fator que joga a favor do dólar e contra o real.

“Neste momento, é natural que a moeda orbite os 5 reais. O que antes (em semanas anteriores) era teto (nível de 5 reais) agora é piso ou mesmo meio de banda para o dólar”, acrescentou o consultor.

No exterior, no fim da tarde o dólar também se mantinha em baixa ante uma cesta de moedas fortes. Às 17h16, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,21%, a 104,140.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de junho.

Sem efeitos maiores sobre as cotações, notícias deram conta nesta segunda-feira que o governo deve afrouxar a meta fiscal para 2025, de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para superávit de 0,25% ou resultado primário zero.

O que poderia ser visto como algo ruim — a adoção de uma meta fiscal menor — foi interpretado como positivo por parte do mercado, que possui hoje projeções até piores para o resultado primário em 2025.

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