Dólar cai no Brasil em novo dia de busca global por ativos de risco

São Paulo – O dólar emplacou nesta quarta-feira (7) a segunda sessão consecutiva de queda no Brasil, se reaproximando dos R$ 5,60, em sintonia com a baixa da moeda norte-americana ante outras divisas emergentes no exterior, em uma sessão marcada pela busca global por ativos de risco.
O dólar à vista fechou o dia em queda de 0,62%, cotado a R$ 5,62. Em dois dias, a moeda norte-americana à vista acumulou baixa de 2,05%. Na segunda-feira, os receios de que os EUA estejam a caminho de uma recessão fizeram o dólar chegar a ser cotado a R$ 5,86 durante a sessão.
Às 17h12, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,57%, a R$ 5,64 na venda.
Na terça-feira investidores retomaram a busca por ativos mais arriscados, como ações e moedas de países emergentes, em movimento que teve continuidade nesta quarta-feira.
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“O exterior está definindo a queda do dólar ante o real. Os investidores esqueceram um pouco a história de possível recessão nos Estados Unidos e foram em busca do risco”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
Outro fator que contribuía para o movimento era a queda do iene, após uma autoridade do Banco do Japão minimizar as chances de nova alta de juros no curto prazo. Nas últimas semanas, o avanço da moeda japonesa vinha provocando uma desmontagem de posições de carry trade em todo o mundo – inclusive de operações realizadas com o real.
No carry trade, investidores tomam recursos em países como o Japão, onde as taxas de juros são baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior. Na desmontagem destas operações, o real vinha sendo penalizado.
“Com o aperto monetário no Japão, vimos o movimento de desmontagem do carry trade, que prejudicou o real. Agora temos uma fase de acomodação”, pontuou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
Neste cenário, o dólar à vista oscilou entre a máxima de R$ 5,66 (+0,08%) às 9h, na abertura do dia, e a mínima de R$ 5,59 (-1,08%) às 12h12. Apesar de ter oscilado abaixo de R$ 5,60, a divisa acabou retomando parte da força.
A queda do dólar ante o real estava em sintonia com os recuos da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes, como o peso mexicano, o rand sul-africano, a lira turca e o peso chileno.
Por outro lado, em meio à baixa firme do iene, o dólar sustentava ganhos ante uma cesta de divisas fortes. Às 17h08, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,20%, a 103,190.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024.
À tarde o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 1,743 bilhão em julho, com saídas líquidas de US$ 3,302 bilhões pelo canal financeiro e entradas de US$ 5,046 bilhões pela via comercial. (Reportagem distribuída pela Reuters)
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