Finanças

Dólar cai para perto dos R$ 6 após Câmara aprovar urgência para pacote fiscal

O recuo generalizado da divisa dos EUA no exterior era outro fator que pesava sobre as cotações no Brasil
Dólar cai para perto dos R$ 6 após Câmara aprovar urgência para pacote fiscal
Foto: Rahel Patrasso/ Reuters

São Paulo – O dólar emplacou nesta quinta-feira (5) a terceira sessão consecutiva de baixa ante o real, ainda que contida, com a moeda encerrando o dia perto dos R$ 6,00 após aprovação pela Câmara, na véspera, do regime de urgência para duas propostas que integram o pacote fiscal do governo.

O recuo generalizado da divisa dos EUA no exterior era outro fator que pesava sobre as cotações no Brasil.

O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,63%, cotado a R$ 6,0089, após ter atingido na segunda-feira o maior valor nominal de encerramento da história, de R$ 6,0652. No ano a divisa dos EUA acumula elevação de 23,85%.

Às 17h04, o dólar para janeiro – o mais líquido no Brasil – cedia 0,63%, aos R$ 6,0240.

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A moeda norte-americana oscilou em queda ante o real durante todo o dia, com investidores reagindo positivamente à notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para duas propostas que integram o pacote de contenção de gastos do governo, o que elimina a exigência de determinados prazos e acelera a tramitação.

No exterior, o viés para a divisa dos EUA também era negativo, após a divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho. O Departamento de Comércio informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 9.000 nos EUA, para 224.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 30 de novembro. Economistas consultados pela Reuters previam 215.000 pedidos para a última semana.

Neste cenário, após atingir a cotação máxima de R$ 6,0384 (-0,14%) às 9h03, o dólar à vista marcou a mínima de R$ 5,9602 (-1,43%) às 12h03.

“O mercado brasileiro segue em compasso de espera, com a política fiscal se mantendo como o principal foco de preocupação. Hoje o dólar voltou a operar abaixo dos 6,00 reais, com um otimismo limitado após a aprovação de requerimentos de urgência na Câmara”, disse Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.

“Apesar do avanço nos projetos, o calendário apertado e a complexidade política ainda levantam dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais do governo até o fim do ano”, acrescentou.

As dúvidas persistentes em torno da questão fiscal acabaram por reconduzir o dólar para acima dos R$ 6,00 – visto atualmente como um nível de referência técnica para as negociações.

No exterior, o dólar seguia em queda ante quase todas as demais divisas negociadas globalmente – o won da Coreia do Sul era a exceção. Às 17h10, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,56%, a 105,740.

No fim da manhã o Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025. (Reportagem distribuída pela Reuters)

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